O Brasil já havia tomado de 7 a 1 da Alemanha e se preparava para entrar em campo na derrota por 3 a 0 contra a Holanda, na disputa pelo
3º lugar da Copa do Mundo. A piada sobre o time de Felipão e Parreira estava consumada, mas havia uma outra em formação. E quem chamava de piada a história a ser contada é Dunga, que nesta terça-feira, no Rio, apenas 10 dias depois da conversa por WhatsApp com o UOL Esporte, será anunciado pela segunda vez como técnico da seleção brasileira.
"Hahaha piada...mais fácil treinar Itália, [a] Alemanha, que [o] Brasil", disse o capitão do tetra ao ser questionado sobre a movimentação nos bastidores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que já o apontavam como substituto de Luiz Felipe Scolari.
O técnico deu uma breve explicação sobre o porquê da impossibilidade de retornar à seleção. Creditou à relação conflituosa que teve com a TV Globo em sua primeira passagem como técnico da seleção e a influência que a empresa exerce no dia a dia da seleção como parceira estratégica da CBF.
Sobre um nome estrangeiro para o cargo, Dunga não usou seu discurso tradicionalmente patriota. Preferiu apontar questões estruturais que os seus novos patrões, o presidente da CBF, José Maria Marin, e o presidente eleito, Marco Polo Del Nero, não haviam resolvido a tempo da primeira Copa do Mundo da dupla à frente da entidade nacional.
"É verdade, agora falam em treinador estrangeiro...tá tudo errado. Mas, verdade, falta profissionalismo, realidade", afirmou Dunga, que evitou mais comentários. Ele disse que não queria se meter na seleção durante a Copa do Mundo. "Não falei antes, não vai ser agora (...), disse o técnico. Mas, e depois?
O 'depois' chegou mais rápido que o capitão do tetra desenhava naquele 12 de julho, dia o passeio holandês contra o Brasil de Felipão. Nesta terça-feira, às 11h (horário de Brasília), ele anuncia quais serão seus planos para trabalhar junto do novo coordenador Gilmar Rinaldi e do homem da base Alexandre Gallo na preparação da seleção para as Olimpíadas do Rio, em 2016, e para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Em sua primeira passagem, Dunga fracassou em ambas - foi bronze em Pequim-08 e caiu nas quartas da Copa da África, em 2010. Conquistou uma Copa América, uma Copa das Confederações e foi líder das eliminatórias com vitórias fora de casa contra Uruguai e Argentina.
À época da sua primeira contratação, a palavra de ordem imposta pelo então presidente Ricardo Teixeira era acabar com o privilégio dos astros e recuperar o orgulho de vestir a camisa nacional.
Em sua última coletiva após a eliminação na África, Dunga julgou ter deixado esse legado. Mas faltou a renovação para 2014 e o trabalho com novos jogadores da base, discurso já adotado por Rinaldi e Gallo como prioridade para o ciclo visando à Copa no Rússia.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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