O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) publicou nesta 3ª feira (15.jul.2014) artigo em que acusa o também ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) de adotar conduta diversionista no campo da ética.
Segundo o tucano, Lula se esquiva de abominar “de forma rigorosa” a prática de corrupção, como no caso do mensalão, e distrai a opinião pública “jogando culpa nos outros”.
“Para se defender, Lula ataca. Jamais se explica, sempre acusa. Acostumado a atirar pedras, Lula é incapaz da autocrítica”, escreveu o tucano em texto publicado no Observador Político, site editado pelo seu ex-chefe de gabinete Xico Graziano.
A missiva de FHC rebate uma fala de Lula do dia 3 de julho, no Paraná, durante ato de campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao governo daquele Estado. Em Curitiba, Lula afirmou que FHC “desmantelou instrumentos de combate à corrupção” quando chefiava o Planalto.
É a segunda troca de farpas entre os ex-presidentes sobre o tema da corrupção em um mês. No dia 16 de junho, FHC publicou outro texto dizendo que Lula havia “vestido a carapuça” ao rebater um discurso sobre fim da corrupção.
A troca de gentilezas entre Lula e FHC indica que eles não deixarão ataque sem resposta quando o assunto for desvios de conduta e de recursos públicos. E o padrão deverá se repetir ao longo da campanha.
Do lado petista, Lula costuma dizer que FHC nomeou Geraldo Brindeiro no cargo de procurador-geral da República para que ele engavetasse as denúncias de corrupção contrárias aos tucanos. No ato em Curitiba, Lula citou os escândalos da compra de votos para a reeleição, da Pasta Rosa (documentos que indicariam doações de recursos supostamente irregulares feitas pelo Banco Econômico) e da licitação para o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), sobre a qual pairaram acusações de tráfico de influência.
No front tucano, FHC provoca com o silêncio de Lula sobre o julgamento do mensalão. O artigo publicado nesta 3ª feira afirma que o petista nunca “explicou de forma detalhada” o escândalo e prefere dizer que tudo teria “ocorrido às suas costas”.
À exceção dos militantes dos partidos envolvidos, é pouco provável que a guerra de lama entre os 2 ex-presidentes conquiste eleitores para Dilma Rousseff (PT) ou Aécio Neves (PSDB).
É esse filão de insatisfeitos com a dicotomia PT-PSDB que tenta ser explorado por Eduardo Campos (PSB) e sua vice, Marina Silva, com o discurso de “terceira via” e “nova política”. Até o momento, a estratégia do pernambucano não decolou e ele patina no patamar de 10% das intenções de voto.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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