O ex-goleiro do Santos e filho de Pelé, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, foi solto no início da tarde desta terça-feira (15). Ele estava preso na cadeia anexa ao 5º Distrito
Policial de Santos, no litoral de São Paulo, aguardando um alvará de soltura. Edinho foi preso no último dia 7, após não ter apresentado seu passaporte à Justiça. Ele foi condenado a 33 anos de prisão por crime de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas.
O alvará chegou por volta das 13h e, imediatamente, Edinho foi retirado do convívio dos outros detentos. As irmãs do ex-goleiro chegaram apenas às 14h para buscar Edinho, que aguardava em um espaço reservado da delegacia.
Após dar um forte abraço na irmã, que lhe aguardava na porta da cela, Edinho expressou alegria pela liberdade. "Eu confio na Justiça, apesar de tudo que eu passei na mão da Justiça", disse ele. Edinho falou que passará o resto do dia com a família e amanhã voltará ao trabalho, no Santos Futebol Clube.
No dia 30 de maio, o ex-goleiro foi condenado após decisão da juíza Suzana Pereira da Silva, auxiliar da 1ª Vara Criminal de Praia Grande. Com a possibilidade de prisão, Edinho, que respondia ao processo em liberdade, precisava entregar seu passaporte no cartório do 1° Ofício Criminal da cidade. A medida pretendia evitar que ele deixasse o Brasil antes da decisão final da Justiça.
Eugênio Malavasi, advogado de Edinho, conseguiu um habeas corpus no último sábado (12), concedido pelo desembargador Lauro Mens de Mello. No entanto, segundo decisão do desembargador, o filho de Pelé teria que ser monitorado 24 horas por uma tornozeleira eletrônica, equipamento ao qual a Polícia Civil não tem acesso, o que impossibilitou a libertação imediata de Edinho.
O delegado assistente do 5º DP, João Octávio de Almeida Ribeiro de Mello, afirma que a situação é inusitada. "Esse equipamento é usado por presos do regime semi-aberto, o que não é o caso em questão. O eletrônico é de uso da Secretaria da Administração Penitenciaria. Nós, da Polícia Civil, não temos acesso. Ele está livre, mas precisa da tornozeleira", explica.
O advogado do ex-goleiro, Eugênio Malavasi, foi a São Paulo nesta segunda-feira (13) e conseguiu reverter a situação obtendo um novo alvará de soltura que não exigia a tornozeleira. "Após eu levar um documento até o Tribunal de Justiça (TJ), foi excluída a necessidade desse monitoramento eletrônico para a soltura do Edinho. Ele só não foi solto nesta segunda por conta do horário", afirma.
No alvará de soltura, constam ainda algumas exigências. Edinho terá que se apresentar à Justiça uma vez por mês e caso ele mude de endereço ou saia da cidade por mais de oito dias também terá que avisar formalmente.
Malavasi conversou com seu cliente no ínicio da noite de segunda-feira. "O Edinho ficou muito feliz com a notícia e disse estar ansioso para que o alvará de soltura seja cumprido", conclui o advogado.
Recentemente, Edinho chegou a ser transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP), em São Vicente, mas voltou algumas horas depois para a delegacia.
Família está revoltada com prisão
Kelly Nascimento, irmã do ex-goleiro, afirmou que o irmão só está preso por ser filho do 'Rei do Futebol'. Ela não acredita no envolvimento de Edinho em um esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com Kelly, até o momento não foi provado o envolvimento do irmão na lavagem de dinheiro organizada, supostamente, por Ronaldo Duarte Barsotti, conhecido como 'Naldinho'. “Eu não sei o motivo de falarem que ele lavou dinheiro. Eu sei que isso existe, mas ninguém consegue me explicar. Tudo o que falam é sempre de um jeito que ninguém consegue entender. Assim é muito conveniente. Ele só foi preso porque é o filho do Pelé”, diz.Edinho foi preso nesta terça-feira, 8 de julho.
Outros quatro condenados
Além do filho de Pelé, Clóvis Ribeiro, o "Nai"; Maurício Louzada Ghelardi, o "Soldado"; Nicolau Aun Júnior, o "Véio"; e Ronaldo Duarte Barsotti, o "Naldinho", foram condenados pelo mesmo crime.
De acordo com as investigações, "Naldinho" era o líder da organização criminosa, que mantinha sua base em Santos e tinha ligação com uma facção criminosa do Rio de Janeiro. Além dos réus condenados, outras pessoas integram o grupo, descoberto pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) por meio da Operação Indra, em junho de 2005.
O caso
Edinho foi preso com outras 17 pessoas pela Operação Indra em junho de 2005, realizada pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), acusado de ligação com uma organização de tráfico de drogas comandada por Naldinho na Baixada Santista. Após seis meses em prisão provisória, foi solto com liminar em habeas corpus concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em janeiro de 2006, teve a prisão decretada com o aditamento da denúncia, que passou a incluir o crime de lavagem de dinheiro. Mas obteve o direito de permanecer em liberdade graças a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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