A Polícia Civil prendeu em Cuiabá (MT) uma diarista suspeita de arrumar emprego de faxineira na casa de patrões ricos já com intenções de furtar. Embora o caso
represente um caso raro, a prisão gera temores entre empregadores e servidores domésticos da cidade.
Investigadores da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) encontraram na casa de Hadassa Rondon Silva, 31 anos, mais de R$ 30 mil em produtos furtados de patrões de alto poder aquisitivo. Ao todo, foram resgatadas 88 peças de roupas, quatro frascos de perfumes, duas sandálias, quatro litros de whisky, uma pulseira e uma corrente dourada com pedras, duas bolsa de marca e maquiagens.
Todas as mercadorias resgatadas teriam sido furtadas de sua última empregadora, que mora em Shangrilá, bairro de classe média-alta de Cuiabá. A empregadora denunciou o caso à polícia.
Outra vítima dessa mesma suspeita que também procurou a Delegacia contou que sumiu de sua casa um crucifixo de ouro avaliado em R$ 3 mil. Uma terceira vítima reclamou do sumiço de uma blusa de marca. “A partir das ocorrências e da investigação pedimos a busca na casa da suspeita”, informou a delegada da Derf, Nubya Beatriz Gomes dos Reis, que apura o caso.
Hadassa nega ter cometido os crimes e vai responder em liberdade por furto qualificado.
Exceção que gera preocupação
“Isso aí é minoria”, disse a delegada, em referência à singularidade do caso envolvendo uma diarista. ”Os casos (assim) são raros. Tanto é que chamou a atenção. Muitas domésticas ganham total confiança dos patrões, tanto é que, em alguns casos, passam, de certa forma, a integrar a família. Crimes assim são isolados”.
Mesmo assim, a prisão de Hadassa gerou preocupação entre as patroas e domésticas de Cuiabá, o que abala uma relação já difícil. A faxineira Thauana Michele, de 35 anos, sempre ficou preocupada em ser acusada de roubo.
“Eu não conheço a índole das pessoas que frequentam as casas onde trabalho e isso me deixa preocupada. Uma vez uma amiga foi acusada e processada e no final quem tinha roubado era o próprio filho da patroa, que estava envolvido com drogas”, conta.
O primeiro trabalho de Thauana ‘em casa de família’ foi como babá, aos 10 anos. Com 14, já era diarista. “Como sou diarista, muitas vezes tem outras pessoas que trabalham na mesma casa. Às vezes se o patrão reclama do sumiço de alguma coisa já me dá aquele desespero e fico muito nervosa e até ajudo a procurar”.
A reportagem não conseguiu falar com o Sindicato dos Empregados Domésticos de Mato Grosso, que vem comemorando os avanços trabalhistas para a categoria. A delegada sugeriu que outras vítimas de furtos semelhantes procurarem a Derf para reconhecimento dos produtos e da suspeita.
Reprodução Cidade News Itaú via Terra
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