O furto de um cadáver de dentro de uma sepultura do Cemitério Municipal da cidade de Corrente, no Sul do Piauí, causou espanto até mesmo para a polícia. Segundo o
delegado João Rodrigo, o caso foi registrado nesta segunda-feira (27) na Delegacia Regional e as informações sobre o crime ainda estão sendo levantadas.
Para o delegado, o fato é inédito em sua carreira e bastante curioso. “Esse não é um crime comum, já estivemos no local e fizemos os primeiros levantamentos. Lá encontramos a cova aberta e apenas o caixão sem nenhum corpo dentro”, disse João Rodrigo.
Sobre o que poderia ter motivado o roubo, o delegado afirma que ainda não é possível tirar conclusões sobre o caso. “O que sabemos é que se tratava de uma pessoa que foi enterrada como indigente e que nenhum familiar tinha reclamado o corpo. Não podemos, ainda, informar sobre o que pode ter acontecido, para não atrapalhar as investigações”, destacou.
Administrador do cemitério há vários anos, Raimundo Lustosa, conta que isso nunca tinha acontecido na cidade. “É muito estranha esta situação. Simplesmente, durante uma vistoria de rotina que realizamos, reparei que uma cova estava aberta e para minha surpresa o caixão estava aberto e sem o corpo dentro”, conta Raimundo.
De acordo com o Raimundo, o local da cova foi destinado para o sepultamento de um idoso, sem identificação que havia morrido por causas naturais na cidade de Corrente no dia 29 de junho deste ano, mas há menos de um mês depois, desapareceu. “Depois de recebemos o atestado médico e a autorização para enterrá-lo como indigente, abrimos a cova e o enterramos dentro do caixão”, explica Raimundo.
Ainda de acordo com o administrador, dias após o sepultamento, pessoas que conheciam o idoso levaram um documento de identidade até o cemitério. “Recebi o documento e realmente era do falecido, identificado como Irineu Alves da Silva, de 69 anos, natural do estado do Goiás. Por isso, anexamos o RG ao documento de sepultamento, mas nunca, nenhum familiar veio reclamar o corpo”, afirma.
Sobre o idoso, Raimundo contou que chegou a ir atrás de pessoas que conheciam a vitima, mas ninguém sabia informar sobre a família dele. “Descobri que ele vivia em uma garagem aqui na região há muitos anos e que trabalhava consertando máquinas, mas nos últimos anos tinha se entregado a bebida, contraído doenças e morrido”, informou Raimundo.
Depois de presenciar a sepultura aberta, ele contou que acionou imediatamente a polícia. “Os policiais vieram, fizeram uma varredura no local em buscas de provas, depois disso, disseram que eu poderia fechar novamente com a areia o túmulo que ficou só com o caixão”, disse Raimundo.
Para o administrador, a motivação para o roubo do corpo é um grande mistério, mas ele espera que a polícia solucione o caso. “Não temos nenhum suspeito e ninguém viu nada anormal no local. É realmente muito intrigante esta situação, podem ter pegado o corpo para algum ritual de magia negra ou até mesmo esconder alguma coisa, como um crime. O que espero é que as autoridades policiais chegam a uma conclusão e prendam a pessoa que fez isso, para que nunca mais se repita”, destacou Raimundo Lustosa.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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