As caixas-pretas do avião espanhol que caiu na quinta-feira passada (24) no leste do Mali quando realizava um voo para a Air Algérie
serão levadas à França em data ainda não definida para serem lidas pelo organismo francês especializado em acidentes aéreos, o Organismo de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês).
A aeronave, que pertence à companhia aérea espanhola Swiftair, caiu com 112 passageiros e seis tripulantes a bordo quando sobrevoava uma área com condições climatológicas adversas.
O diretor do BEA, Rémy Jouty, explicou em entrevista transmitida neste domingo (27) pela emissora France Info que será seu laboratório que interpretará o conteúdo das duas caixas-pretas, inicialmente transportadas desde o local onde caiu o MD-83 da companhia espanhola Swiftair até Gao, a cidade mais próxima.
Jouty assinalou que já que o acidente aconteceu no Mali, juridicamente é o país que comanda a investigação, mas suas autoridades quiseram "se beneficiar da experiência e da assistência técnica do BEA".
Embora tenha dito que é breve demais para adiantar se o estado das caixas-pretas permitirá explorá-las, o diretor do BEA lembrou que elas são projetadas para resistir impactos violentos e incêndios, por isso que espera poder obter dados úteis.
Os especialistas do BEA estão no ponto onde caiu a aeronave para, à vista do que encontraram, obter informações sobre "a configuração e o estado do avião antes do impacto", ou seja, se estava completo e em que velocidade ele caiu.
Isso inclui determinar se estão ali o conjunto dos destroços da aeronave ou se faltam, como alguns sugeriram levando em conta o espaço tão reduzido no qual estão localizados (nove hectares, de acordo com a descrição feita pelo ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius).
Perguntado sobre o fato de que responsáveis políticos franceses tenham adiantado que as más condições meteorológicas são uma das hipóteses para explicar o acidente, Jouty especificou que "a meteorologia é uma circunstância, nunca a causa de um acidente".
"A questão que se levanta e que terá que ser examinada na investigação é: frente a uma situação meteorológica de tempestades que não é excepcional nesta região, que decisões tomaram os pilotos? É um trabalho que terá que ser feito nos próximos dias e nas próximas semanas", argumentou.
Sobre o tempo que demorará a investigação, Jouty lembrou que em "uma grande catástrofe aérea" como esta a experiência mostra que com frequência é preciso dois anos, e reconheceu que isso pode ser doloroso em particular para os familiares das vítimas.
Mas insistiu: "Devemos uma explicação o mais precisa e o mais completa possível".
Reprodução cidade News Itaú via Uol
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