Antes de interpretar o blogueiro de fofoca Téo Pereira em "Império", Paulo Betti mal sabia quem eram os colunistas que têm como pauta a vida pessoal das celebridades e subcelebridades. "Agora tenho lido pelo menos umas três ou
quatro colunas por dia para ver. É uma curiosidade meio insana, né? A imprensa em geral pega pesado. Quanto mais sangue houver na situação, melhor", afirmou.
Para ele, as notícias publicadas por colunistas de fofoca entretêm e provocam o riso do público, mas são ruins para o famoso em questão. Ele mesmo já se viu citado em notas e não gostou do que foi divulgado, apesar de o conteúdo ser verdadeiro.
"Por exemplo, se você está se separando ou começando um namoro, você não sabe direito. Pode ser que você não se separe ou pode ser que aquele namoro que você está começando não vá adiante. Então se você está querendo que aquilo não seja exposto é porque você está tendo um carinho com aquilo, ou com a separação ou com o início do namoro. E aí revelam isso e fica esquisito, não te agrada", explicou.
O ator disse que o que mais o chateia é quando os jornalistas de um modo geral publicam algo que ele não fez.. "Já falaram coisas que não eram verdadeiras e eu fiquei mal. Não estou falando especificamente desses blogs, mas da imprensa em geral. Já teve editorial de jornal falando na parte política sobre algo que eu teria feito que não era verdade", lembrou, recusando-se a citar o veículo.
"Não vou falar porque não vou encher a bola de ninguém. Mas alguém disse que fiz determinada coisa e eu não tinha feito. Aí você pensa: 'processo, não processo?'. É chato. Eu acho muito desagradável", lamentou.
O ator contou, no entanto, que tem procurado observar apenas o lado divertido do fofoqueiro. "É claro que eu vou levar isso como diversão. Apesar de saber que não é tão divertido assim o outro lado de lá, os males que são causados", explicou.
Para encarnar o colunista, Betti quis visitar redações de jornais e sites especializados na vida de famosos. "Foi muito legal ter sentido o clima da redação no dia a dia, como é o papo, saber o que é importante, o que é notícia, o que dá clique. Uma subcelebridade dá mais clique que uma celebridade. Eu não sabia (risos). Também aprendi a observar os detalhes: se o famoso está de aliança, se não está, o fundo do cenário. Tudo é bacana de estudar", disse.
O ator contou que está colocando para fora o gay que há dentro dele. "Todo mundo tem o estereótipo de alguma coisa dentro de si. Como o Aguinaldo [Silva, autor] escreve um 'querida' com diversos 'e's, eu falei: 'então ele é bem desmunhecado'. Senão ele não teria escrito isso. Isso é um sinal de que eu devo fazê-lo cheio de gestos", disse.
Betti contou que o visual do personagem também tem ajudado na hora de encarná-lo. "Ele usa roupas extravagantes, uns óculos coloridos. Ele é bem gay mesmo. Ele não é contido, é mais solto. É bem soltinho", disse, aos risos.
O ator confessou que acabou embarcando na onda de vaidade de Téo. "Agora eu faço botox no cabelo. Sabia que existe botox no cabelo? Eu fiz. O cabeleireiro se chama Ezequiel. O cabelo encorpa (risos). Achei lindo, maravilhoso. Fora isso, estou fazendo acupuntura facial. Estou fazendo tudo possível para o personagem. Porque o ator agarra até em fio desencapado, como dizia o Plínio Marcos, para fazer um papel. Tudo vai virando um ritual para você poder fazer o personagem", contou.
Questionado se Téo vai cair no gosto do público, Betti disse esperar que sim. "Mas depois que o Felipão [Luiz Felipe Scolari, ex-técnico da seleção brasileira] falou que estava com uma taça na mão e deu essa zebra, eu não sei de mais nada.... (risos). Pelas chamadas sinto que tem uma resposta bacana, as pessoas gostam. Acho que ele vai aliviar um pouco no lado da comédia. Mas ele vai ter lados sérios também", avisou.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!