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quinta-feira, julho 24, 2014

Atlético-MG perde no tempo normal, vence prorrogação e fatura a Recopa

A vitória por 1 a 0 no jogo da ida, na Argentina, deu a esperança ao torcedor do Atlético-MG, que o título da Recopa Sul-Americana poderia
ser conquistado, nesta quarta-feira, sem sofrimento. Não foi o que aconteceu no Mineirão, no entanto, quando houve a conquista, mas com dificuldade, com triunfo sobre o Lanús, na prorrogação, por 2 a 0, após derrota por 3 a 2, no tempo normal, ficando com 4 a 3 ao longo dos 120 minutos. Foi repetida assim a história dramática do título da Libertadores, um ano antes, nesse mesmo estádio, que saiu apenas na disputa por pênaltis, contra o paraguaio Olímpia.

O grito de 'campeão' custou a sair. Foram vários sustos para os atleticanos nos dois tempos. O Lanús, que no primeiro jogo não demonstrou o tradicional estilo argentino, dessa vez entrou muito mais aguerrido em campo. Ronaldinho Gaúcho, que acenava com uma exibição à moda antiga e sonhava em fazer o gol do título da Recopa Sul-Americana, ficou devendo e, novamente, foi substituído por Levir Culpi. Na base da raça e do 'amor à camisa', o Lanús pressionou e foi premiado com o gol nos acréscimos. Na prorrogação, a torcida atleticana voltou a acreditar, empurrar o time que conseguiu o título inédito, mantendo a hegemonia brasileira, que ganhou a Recopa Sul-Americana pela quarta vez seguida. 

As fases do jogo: O começo da partida reforçou o pensamento de que não teria drama atleticano. Logo aos 5 min, o árbitro uruguaio Roberto Silvera marcou pênalti para o time da casa, em toque de mão de Ayala. Diego Tardelli converteu a cobrança, mas a imensa torcida ainda comemorava, quando o mesmo Ayala empatou, no minuto seguinte. O Atlético-MG parou em campo, seu sistema defensivo falhou muito e o Lanús desempatou, aos 25 min. Santiago Silva aproveitou rebote de Victor e colocou os visitantes em vantagem. Mas os alvinegros não desanimaram e tiveram forças para buscar a igualdade na etapa inicial, aos 37 min, por meio de Maicosuel, que fez seu primeiro tento em jogos oficiais com a camisa atleticana, aproveitando cruzamento de Marcos Rocha.

O segundo tempo começou sem alterações nas equipes, que voltaram a campo com a mesma disposição. O jogo continuou corrido e disputado. O Atlético-MG desperdiçou ótima chance do terceiro gol, aos 6 min, quando recebeu passe de Tardelli, deu um toque sutil na saída do goleiro Marchesín, mas um zagueiro adversário não deixou a bola chegar ás redes. O Lanús não desistia de atacar, o que deixou a partida aberta e emocionante. O time argentino teve momentos de pressão, deixando a defesa atleticana toda atrapalhada e a torcida atônita. Para complicar, o time anfitrião não acertava os contra-ataques. Aos 48 min, o castigo, Acosta fez 3 a 2 e levou a decisão para a prorrogação.

E o Atlético atuou nessa fase extra sem um dos seus melhores jogadores na partida: Diego Tardelli, que foi substituído por Dátolo, no final do segundo tempo, por conta de problemas físicos. O Lanús, que só havia feito uma mudança no tempo normal, parecia mais inteiro em campo, mas o alvinegro conseguiu se superar mais uma vez. Aos 12 min, Luan desceu pela esquerda e bateu cruzado, a bola desviou em Gomez e entrou, para delírio da torcida atleticana. A arbitragem assinalou gol para Luan. Aos 6 min do segundo tempo, Ayala marcou um incrível gol contra.

O melhor: Luan– Substituto de Ronaldinho Gaúcho, o veloz Luan provou sua importância para o elenco atleticano. Fez apenas a sua segunda partida oficial neste ano, após se recuperar de cirurgia – nas duas entrando no segundo tempo –, e foi decisivo ao fazer o gol, com a colaboração direta do zagueiro Gomez, que desviou a bola, após seu chute cruzado.

O pior: Ayala – O jogador do time argentino acabou sendo o vilão do Lanús. Cometeu pênalti no início do jogo e fez um incrível gol contra, de cabeça, ao tentar recuar a bola para o goleiro, dando o quarto gol ao Atlético e sendo decisivo para a perda do título por sua equipe.

A chave do jogo: Ofensividade no começo da prorrogação – Após ficar acuado na maior parte do tempo normal, especialmente no segundo tempo, o Atlético se soltou na prorrogação, superando o cansaço e a ausência de Tardelli, para fazer o gol ainda no primeiro tempo da etapa extra, evitando a pressão feita pelo Lanús nas fases anteriores. Luan, com sua velocidade e determinação, incendiou a torcida e o time atleticano.

Toque dos técnicos: O técnico Guillermo Barros Schelotto, no tempo normal conseguiu mudar o comportamento passivo do Lanús, exibido no jogo da semana passada, em La Fortaleza. Além disso, o time argentino conseguiu aproveitar os espaços concedidos pelos volantes atleticanos Pierre e Leandro Donizete, que falharam muito nos 45 minutos iniciais. Já Levir Culpi, que não foi feliz nas suas modificações no tempo normal, conseguiu na base da motivação, fazer os jogadores se superarem, com força de vontade e um jogo ofensivo no tempo extra, que foi bem sucesido.

Para lembrar:

Despedida de Ronaldinho Gaúcho? Envolvido em boatos sobre sua saída do Atlético-MG, apesar d éter contrato até o final do ano, Ronaldinho Gaúcho foi substituído novamente por Levir Culpi a exemplo do que aconteceu na Argentina. O treinador colocou Luan. Antes de sair do gramado, o camisa 10 de tchau com as mãos para os torcedores, fez reverências e saiu direto para o vestiário, repetindo também essa atitude de uma semana atrás.

Sétimo brasileiro campeão da Recopa. A 21ª edição da Recopa Sul-Americana foi vencida pelo Atlético-MG, que, dessa forma, tornou-se o sétimo clube a brasileiro a conquistar a competição e garantiu o nono título ao Brasil, ampliando a vantagem em relação aos Hermanos, que ganharam seis vezes. Além disso, o alvinegro mineiro é o quarto clube brasileiro campeão consecutivo desse torneio, depois de Internacional, Santos e Corinthians.

Centésimo gol de Tardelli pelo Atlético.Quando foi marcado pênalti para o Atlético logo no início do jogo. Ronaldinho Gaúcho pegou a bola e a passou a Diego Tardelli, que fez a cobrança e comemorou o seu centésimo gol pelo alvinegro mineiro. Na comemoração, levou o cartão amarelo, por exibir uma camisa comemorativa, que dizia '#100º gol'

Dificuldades enfrentadas por torcedores. Os atleticanos lotaram o Mineirão e ajudaram o time alvinegro a conquistar o inédito título da Recopa Sul-Americana. Muitos deles, no entanto, não tiveram vida fácil. Foram obrigados a enfrentar trânsito pesado para chegar ao estádio e enfrentaram dificuldades para entrar no 'Gigante da Pampulha', com filas enormes e empurra-empurra. Além disso, sócios do Atlético, integrantes do programa 'Galo na Veia', protestaram muito por causa do setor reservado para eles, que consideraram inadequado.

André barrado do banco e Conceição vaiado. Titular no jogo disputado em Lanús, o atacante André foi cortado até mesmo do banco de reservas pelo técnico Levir Culpi, que o relacionou, mas o retirou da suplência. Já o lateral esquerdo Emerson Conceição, viveu maus momentos, em campo, quando foi insistentemente vaiado desde os minutos iniciais. A reação contrária do torcedor atleticano só acabou, nos minutos finais do primeiro tempo, quando o jogador acertou belo drible em Araujo e cruzamento para boa cabeçada de Jô.

Acosta perde a cabeça no final – Atacante Acosta recebeu o segundo cartão amarelo no final da prorrogação e foi expulso. Irritado com punição, o atacante do Lanús deu um puxão na camisa do árbitro. Em seguida, saiu esbravejando e discutiu com o um membro da diretoria atleticana, além de ter quebrado a porta do vestiário do Mineirão, de acordo com informações de repórteres de emissoras de rádio que ali estavam.

ATLÉTICO-MG 4 X 3 LANÚS

Atlético-MG

Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete, Maicosuel (Guilherme) e Ronaldinho Gaúcho (Luan); Diego Tardelli (Dátolo) e Jô

Técnico: Levir Culpi

Lanús

Marchesín; Araujo (Melano), Gómez (Benítez), Braghieri e Velázquez; González, Somoza, Ortiz (Pasquini) e Ayala; Santiago Silva e Acosta

Técnico: Guillermo Barros Schelotto



Data: 23/7/2014 (quarta-feira)

Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Árbitro: Roberto Silvera (URU)

Auxiliares: Miguel A. Nievas (URU) e Nicolas Taran (URU)

Cartões amarelos: Diego Tardelli, Pierre, Leandro Donizete (Atlético-MG); Ayala, Somoza, Acosta, González, Braghieri, Gomez (Lanús)

Cartões vermelhos: Acosta (Lanús)

Gols: Diego Tardelli, aos 6 min, Ayala, aos 7 min, Santiago Silva, aos 25 min e Maicosuel, aos 37 min do primeiro tempo; Acosta, aos 48 min do segundo tempo. Luan, aos 12 min do primeiro tempo da prorrogação e Ayala, aos 6 min do segundo tempo da prorrogação

Reprodução Cidade News Itaú via Uol

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