O retrato de um homem velho e enrugado assinado pelo pintor italiano Leonardo da Vinci, que seria o seu autorretrato, está em risco de
desaparecer. Usando um novo método para avaliar danos químicos em documentos antigos, pesquisadores descobriram deterioração significativa nas fibras de celulose do papel da peça --considerada uma das mais importantes da Renascença. Os danos levam ao amarelamento característico de um papel desgastado pela ação do tempo.
O método de inspeção, desenvolvido pelo físico Adriano Mosca Conte, da Universidade de Tor Vergata, em Roma, e sua equipe usou um espectro de luz sobre o papel. Os resultados foram publicados no jornal científico Cartas de Física Aplicada (Applied Physics Letters), do Instituto Americano de Física, no dia 2 de junho.
Mantidas em péssimas condições e expostas a alta umidade, as fibras de celulose se decompõem em várias substâncias químicas. Algumas dessas moléculas, chamadas de cromóforos, absorvem luz violeta e azul, mas espalham vermelha e amarela, dando ao papel aparência de velho.
Ao medir a luz refletida em um determinado intervalo de comprimentos de onda no desenho de Da Vinci, os pesquisadores estimaram quantas moléculas que absorvem luz se formaram ao longo do tempo. Eles descobriram que o desenho feito no início do século 16 tem tantos cromóforos quando outros documentos similares da época que também têm danos causados pelo tempo.
Os autores do estudo acreditam que o novo método de diagnóstico pode ajudar a monitorar a deterioração de peças de arte.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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