A paquistanesa Saba Maqsood, 18, é mais uma vítima de um crime de honra: ela foi atirada em um canal pelos próprios parentes cinco dias depois de se casar com um vizinho,
sem a aprovação deles.
O crime ocorreu em Hafizabad, cidade a 120 km de Lahore, no Paquistão. O pai e o irmão atiraram duas vezes em Saba. A primeira bala atingiu seu rosto e a outra sua mão. Depois, eles a puseram dentro de um saco e a jogaram em um canal. "Eles acharam que eu estava morta, mas eu não estava", disse ao canal "CNN".
Os funcionários de um posto de gasolina viram o saco com uma mulher dentro e então alertaram as autoridades. Após resgatar a jovem, Ali Akbar, policial de Hafizabad, afirmou que o caso se trata de um "crime de honra", muito frequentes no sul da Ásia. Eles costumam envolver os filhos de uma família que considere que alguma ação praticada por eles seja uma afronta à moral familiar conservadora das sociedades locais.
Os policiais foram à casa da jovem, mas o pai e o irmão já haviam fugido. Um tio e uma tia de Saba também são suspeitos de terem participado do crime.
Crimes de honra
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, só no ano passado 896 mulheres foram vítimas de crimes de honra.
"Esses crimes continuam pela impunidade da qual os assassinos desfrutam", afirma um recente relatório da comissão, que denunciou que o costume de permitir a absolvição do criminoso, se ele for perdoado pela família da vítima, favorece as agressões.
Um dos casos mais recentes é o de Farzana Parveen, 25, morta a pedradas pelos próprios parentes em frente a um tribunal em Lahore. Ela foi testemunhar a favor do marido, com quem havia se casado sem a autorização da família. Ele era acusado de ter sequestrado Farzana.
No mundo, segundo a ONU, cerca de 5.000 mulheres são mortas anualmente em "crimes de honra".
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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