Dezenove pessoas foram presas nesta terça-feira (10) durante uma operação para desmontar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas que agia em Minas Gerais,
São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, de acordo com a Polícia Federal (PF). Dois mandados de prisão preventiva ainda devem ser cumpridos em São Paulo, e um homem, considerado um dos maiores traficantes do Brasil, está foragido.
Cerca de 250 policiais federais cumpriram 38 mandados de busca e apreensão e nove de conduções coercitivas, quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos, durante a Operação Athos. O nome vem da mitologia grega e significa "aquele que nada teme"). Do total de detidos nesta terça, 14 foram presos em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. De acordo com o delegado regional de Investigação em Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Paulo Henrique Barbosa, todos serão indiciados por organização criminosa e, se condenados, podem pegar até 20 anos de prisão.
Inicialmente, a polícia informou que o grupo atuava em cinco estados, mas, durante entrevista coletiva, divulgou também ramificação em Mato Grosso do Sul. De acordo com a PF, durante as investigações foi identificado um núcleo responsável por financiar o tráfico de drogas, e um dos integrantes estava diretamente ligado a fraudes bancárias que podem chegar a R$ 120 milhões em um ano.
A polícia revelou que, em seis meses de investigação, outras 16 pessoas já haviam presas e uma detida detida por transporte de dinheiro advindo do tráfico. As localidades das detenções ainda não foram divulgadas. Segundo o delegado, a apuração foi aberta a partir de dados obtidos pela inteligência da polícia.
Sobre o perfil do grupo, Barbosa destacou que os envolvidos têm entre 40 e 50 anos, e mantinham um alto padrão de vida. De acordo com o delegado, para não levantar suspeitas, o grupo também tinha atividades paralelas, como empresas relacionadas ao transporte público, em São Paulo, e comércio de veículos em Minas Gerais. "Eles são pessoas que se passam por empresários da sociedade, das mais variadas formas de empregos, mas que acabam injetando dinheiro no tráfico e lavando dinheiro em suas empresas", disse. A PF afirmou que abriu uma investigação específica para desarticular essas atividades.
A quadrilha, considerada uma das principais distribuidoras de drogas do país, segundo a PF, comprava os entorpecentes na Bolívia e no Paraguai, fazendo o transporte de avião para o interior do estado de São Paulo. Depois, o contrabando era distribuído em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e na Região Nordeste.
Os criminosos movimentaram milhões de reais, usando contas bancárias, serviços de doleiros e dinheiro em espécie Além de documentos falsos, a quadrilha contava com uma rede de tráfico de influências que ajudava na manutenção das atividades criminosas.
A PF informou que, para desarticular o poder econômico da quadrilha, foram tomadas algumas medidas judiciais, como o bloqueio de valores e ativos depositados em instituições bancárias em titularidade de 28 CPFs e quatro CNPJs; sequestro de todos os imóveis e veículos em nome dessas pessoas físicas e jurídicas; além do sequestro de patrimônio já identificado dos investigados, incluindo cinco aeronaves, quatro lanchas de luxo, uma moto aquática, 11 imóveis e 14 veículos. Todos os bens foram avaliados em cerca de R$ 70 milhões.
A PF apreendeu, ainda, 594 quilos de cocaína (pasta base e cloridrato), cerca de 1,5 tonelada de maconha, uma pistola calibre .380, munição, seis veículos, um caminhão, R$ 203.695 e US$ 390.228.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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