Cerca de 20 fiéis que participavam de uma missa na noite dessa terça-feira (10/6) na Paróquia São Francisco de Assis, em Tororó, na região de Santa Maria, viveram
momentos de pânico, diante de uma situação completamente inusitada. O padre acabara de ler o Evangelho do dia - que convida a todos a ser "sal da terra e luz do mundo" - quando um homem armado com um casaco cobrindo a cabeça entrou na igreja e anunciou: "É um assalto! Todo mundo no chão!".
Enquanto objetos pessoais dos fiéis eram recolhidos, um outro homem permanecia na entrada da igreja, vigiando a ação. A dupla não aparentava nervosismo. Pelos cálculos do padre, eles conseguiram levar quatro celulares e duas carteiras, uma vez que muitos costumam ir à igreja sem nada.
A maioria dos participantes da missa tinha mais de 60 anos. O choro só veio depois que os assaltantes se mandaram. A celebração teve de ser suspensa e o padre Douglas Neris da Costa, 29 anos, precisou consolar os paroquianos.
A igreja, localizada em uma área rural, não tem cercas. A iluminação foi melhorada recentemente e o padre mandou cortar o mato dos arredores, mas o lugar ainda é escuro.
"Somos alvo fácil dos bandidos. É uma região onde não há policiamento", desabafa o religioso. Na noite de ontem, a polícia levou uma hora e 30 minutos para chegar, ainda de acordo com ele.
O padre Douglas acredita que os assaltantes são os mesmos que, há três semanas, levaram o celular e a carteira dele, na porta da igreja. Era fim de tarde de uma quinta-feira. Também em dupla, os bandidos o abordaram e exigiram os bens - um dos suspeitos estava armado. "Eles sabem que eu sou padre. Mas, durante a celebração, nunca pensei que fosse acontecer", acrescentou o sacerdote, que na ação de ontem teve o segundo telefone roubado.
Na manhã desta quarta-feira (11/6), padre Douglas esteve na Cúria Metropolitana de Brasília, para pedir ajuda da Igreja local para melhorar o policiamento na paróquia.
Em nota, a Arquidiocese de Brasília lamenta e repudia a ação dos criminosos na igreja. "O assalto causou grande sofrimento aos fiéis e ao sacerdote celebrante, além do grave desrespeito ao templo e ao culto. Fazemos um apelo às autoridades para que a segurança pública seja garantida ao povo daquela localidade, assim como as demais regiões do Distrito Federal", diz o texto.
O 26º Batalhão de Polícia Militar, de Santa Maria, informou que a área é monitorada pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental. A PM garantiu que apuraria se houve realmente demora para a chegada dos policiais, mas adiantou que as ocorrências na região não são alarmantes.
Segundo o Capitão Emerson, a segurança é feita com dois carros. "Por se tratar de uma área rural, afastada, muitas vezes as vítimas sofrem assaltos e não comunicam à polícia", disse. O posto policial mais próximo da igreja fica a mais de 6 km.
Reprodução Cidade News Itaú via Correio Brasiliense
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