O delegado adjunto da Divisão de Homicídios (DH), André Barbosa Morais, disse que o empresário alemão Stefan Krause, de 49 anos, já estava morto há pelo menos sete
horas, quando bombeiros chegaram, por volta das 7h30 deste sábado (7), no apartamento onde ele morava, na Rua Barão da Torre, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Seu corpo foi encontrado na cama, com uma lesão pérfuro-contundente abaixo do peito, que pode ter sido provocada por facada ou tiro de arma de pequeno calibre, segundo o policial.
A ex-namorada dele é a principal suspeita do crime. Juliana Fernandes da Silva, de 30 anos, morreu ao cair da varanda, na manhã deste sábado, logo após a chegada do Corpo de Bombeiros. Somente depois é que o corpo do alemão foi encontrado.
No apartamento, em cima de um armário, a polícia achou um revólver calibre 22 com três cápsulas deflagradas. A arma foi levada para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para perícia. Também serão feitos exames residuográficos nas mãos da ex-namorada.
Empresário de marketing esportivo, que cuidava da carreira dos jogadores Dankler, do Botafogo, e Danilo, do Vasco da Gama, de acordo com a polícia, Krause morava no Brasil há mais de 20 anos. Segundo o delegado, ele foi morto provavelmente no início da madrugada pela ex-namorada, de quem estava separado há alguns meses.
O delegado já ouviu os dois policiais militares que estiveram no apartamento, o porteiro do prédio e o operário de uma obra que contou que Juliana hesitou várias vezes antes de cair da varanda. Ela teve a queda amortecida pelos fios da rede elétrica e chegou a ser levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul, mas acabou morrendo.
“As testemunhas contaram que as brigas eram frequentes. Ela não se conformava com a separação e queria reatar o relacionamento. Na noite de sexta-feira (6), por volta das 23h, ela apareceu no prédio e foi autorizada por ele a subir ao apartamento. Segundo o porteiro, ela foi a única pessoa que esteve no local. Eles provavelmente brigaram mais uma vez e ela o matou”, disse André Barbosa, acrescentando que, no saguão do prédio, perto da porta do apartamento, havia uma bolsa com o que parece serem pertences de Juliana que ainda estavam na casa de Krause.
O delegado pediu um exame papiloscópico de todo o apartamento para saber se há uma terceira pessoa envolvida no crime. Vizinhos não ouviram barulho de tiro, mas a arma de pequeno calibre, segundo Barbosa, tem som abafado. Aparentemente, não havia sinais de luta no apartamento.
“Encontramos duas garrafas de bebida alcoólica abertas. Vamos aguardar os laudos do local para saber se ela bebeu antes ou depois do homicídio, se ficou desorientada antes de cair da cobertura. O fato é que ela ficou ainda um bom tempo com o corpo do empresário antes de cair do prédio”, disse o delegado, que ainda pretende ouvir vizinhos e parentes de Krause e Juliana, no inquérito.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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