Um exame de laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), no Reino Unido, confirmou nesta sexta-feira (2) a
existência do mal da vaca louca em um animal do frigorífico JBS, dono da marca Friboi, em Mato Grosso.
De acordo com o órgão, as evidências epidemiológicas apontam para um caso atípico da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), nome científico da doença. Contudo, o resultado da tipicidade da doença, que dirá se o caso foi isolado, só será divulgado na próxima quinta-feira (8).
Caso o teste confirme a doença como atípica, significa que a contaminação ocorreu de forma espontânea, não relacionada à ingestão de alimentos. Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informou que a confirmação mostrará se o caso “não representa risco algum para a sanidade animal e à saúde pública”.
Os 178 países membros da OIE foram informados oficialmente do resultado do exame, de acordo com o órgão. O governo não adotará novas medidas de investigação do caso, informou a pasta da Agricultura.
Nesta quinta-feira, a União Europeia indicou, que poderia mudar as regras de importação para a carne brasileira se houvesse alguma recomendação da OIE sobre o caso suspeito.
A redação procurou a JBS para se manifestar, mas os porta-vozes não foram imediatamente localizados.
Animal contaminado foi sacrificado em março
A suspeita da doença foi descoberta em março deste ano, quando uma vaca de 12 anos de idade, adquirida pela JBS de um pequeno pecuarista, foi encontrada caída entre o rebanho. O animal foi enviado para abate no dia 19 de março, devido a problemas reprodutivos pela idade avançada, mas os restos não chegaram ao consumidor final.
Testes de laboratório feitos em amostras do cérebro do animal mostraram a existência de marcação priônica, um dos sintomas da doença da vaca louca. O material foi então enviado ao laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Investigações identificaram 49 animais de corte, nascidos um ano antes e um ano depois da vaca contaminada. Eles foram examinados e, sem qualquer constatação da doença no dia 30 de abril, foram sacrificados e seus restos, destruídos.
Entenda a diferença entre a EEB clássica e atípica:
A EBB clássica é transmitida por alimentos contaminados, após terem sido confeccionados com produtos obtidos a partir de animais infectados. Os sinais clínicos da enfermidade são nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção, queda na produção de leite e diminuição de apetite.
A suspeita do gado contaminado em março recai sobre a EEB atípica, ligeiramente diferente da causa clássica. Costuma ocorrer em animais mais velhos, acima de 9 anos. Trata-se de uma manifestação rara, cuja origem não está totalmente esclarecida. A teoria mais aceita é que é uma forma espontânea da doença, não relacionada à ingestão de alimentos contaminados.
Reprodução Cidade News Itaú via IG
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