A Polícia Federal prendeu quatro suspeitos, até a manhã desta segunda-feira (26), na Operação Águas Profundas, que desarticulou uma quadrilha internacional de
tráfico de drogas. No entanto, de acordo com o delegado Bruno Gama, esse número ainda pode mudar nas próximas horas. “As diligências continuam em todo o país em busca dos demais integrantes da organização criminosa, incluíndo o líder”, destacou ao G1.
Os trabalhos foram iniciados na última sexta-feira (23). Segundo a PF, o grupo atuava em pelo menos 30 países e era comandado por um homem que morava em Goiatuba, no sul de Goiás. “Até o final da semana tínhamos a confirmação de que ele permanecia no Brasil. Sendo assim, estamos fazendo buscas por terra, principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, pois todas as saídas por vias aéreas estão bloqueadas”, disse o delegado.
Segundo a PF, o líder do grupo também é procurado pela Interpol (polícia internacional). "Essa quadrilha está em atuação há mais de 30 anos. Ele falava que já trabalhou e conheceu Pablo Escobar, que morreu em 1993, e é conhecido como o maior fornecedor de cocaína da Colômbia", explicou Bruno Gama.
Até esta manhã, foram apreendidos 13 veículos e cumpridos 85 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão em Goiás em mais seis estados. O grupo teve 46 imóveis bloqueados - entre casas, fazendas, lotes e hotel - avaliados em mais de R$ 80 milhões, além de contas bancárias e notas em euro, cujos valores ainda não foram especificados.
Segundo a PF, para facilitar a movimentação de entorpecentes, a organização criminosa pretendia construir um submarino e criar uma empresa aérea para voos internacionais. O grupo fatura mais de R$ 5 milhões por semana com o tráfico de drogas.
Narcosubmarinos
Conforme a investigação, o projeto do submarino já estava pronto e a quadrilha fechou uma mineradora na África para realizar a construção da embarcação no local, que foi analisado por engenheiros colombianos. Segundo a polícia, o líder do grupo estava, inclusive, visitando diversos estabelecimentos onde outros “narcosubmarinos” eram feitos.
Com a embarcação, a droga sairia da Venezuela para o Suriname, onde seria acondicionada em pequenas embarcações. Em alto-mar, seria transferida para o submarino com destino ao continente africano, de onde seguiria em navios ou pequenas embarcações para a Europa.
A investigação apontou também que a quadrilha tinha intenção de comprar um avião comercial do modelo Boing 737, que tem capacidade para mais de 80 pessoas. Mas os desejos do grupo iam além, pois queriam criar uma empresa área para transportar a droga traficada pelo grupo no próprio avião comercial e, assim, não levantar suspeitas.
Operação
A operação Águas Profundas foi deflagrada na última sexta-feira com objetivo de cumprir 10 mandados de prisão preventiva, 28 conduções coercitivas e 47 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina.
Em Goiás, as diligências acontecem em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goiatuba e Rio Verde.
Policiais também cumpriram mandados nas cidades paulistas de Guarujá, Ribeirão Preto, Bertioga, Campinas, Santos e na capital. As demais ações ocorreram em Belém e Icoaraci, no Pará, em Belo Horizonte, Itajaí, em Santa Catarina, e em São José do Xingu, no Mato Grosso.
Entre os países onde o grupo atua estão Estados Unidos, Espanha, França, Emirados Árabes, África do Sul, China e em quase todos os países da América do Sul.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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