Dezenas de parentes dos estudantes que morreram no naufrágio da balsa sul-coreana "Sewol" acamparam nesta sexta-
feira (9) nos arredores da Casa Azul - residência e gabinete presidencial em Seul - para exigir uma reunião com a presidente Park Geun-hye. Carregando retratos dos filhos mortos ou desaparecidos no acidente, que deixou cerca de 300 vítimas, os pais se sentaram em uma esquina situada a algumas centenas de metros da sede do governo. Um forte esquema policial, que incluía agentes de choque, impediu maior aproximação do grupo.
"Estamos fazendo um apelo para uma reunião com a presidente, queremos apresentar nossas demandas", disse o porta-voz das famílias, Kim Byeong-Kwon. Os parentes das vítimas exigem explicações sobre a demora no resgate, já que mais de 30 pessoas ainda estão desaparecidas desde que a embarcação naufragou em 16 de abril, e exigem uma punição exemplar para os culpados.
As autoridades da Coreia do Sul detiveram na quinta (8) o presidente da empresa proprietária da embarcação, Kim Han-sik. Os promotores apresentaram as acusações de homicídio e violação da lei de segurança dos navios ao suspeitar que o mesmo autorizou a sobrecarga de veículos e mercadorias na balsa no dia do naufrágio. Três funcionários da companhia já haviam sido presos nos últimos dias após a revelação de que embarcação transportava uma carga até três vezes maior que a permitida. Além disso, a equipe de investigação deduziu que o casco armazenava apenas uma quarta parte da "água de lastro", a água do mar captada para aumentar ou diminuir o calado do navio durante a navegação e garantir sua segurança operacional.
Acredita-se que esses fatores contribuíram de forma decisiva para o acidente, já que - segundo a principal hipótese - a balsa virou depois de uma manobra brusca que deslocou a carga para um dos lados do navio e o desestabilizou. Os investigadores também confirmaram na terça (6) que a empresa Chonghaejin Marine sobrecarregava o navio regularmente para obter mais lucros, o que despertou críticas às autoridades marítimas por não estabelecerem um controle sobre essa atividade.
Número de mortos passa de 300
Depois que as autoridades sul-coreanas corrigiram novamente os dados na quarta (7), o número estimado de mortos está em 304 (com um total de 269 corpos recuperados), enquanto somente 172 pessoas foram resgatadas com vida, todas elas no primeiro dia do acidente. Mais de 250 mortos eram estudantes com entre 16 e 17 anos de um instituto de ensino médio da cidade de Ansan, na periferia de Seul. O capitão e outros 14 membros da tripulação também foram detidos após o acidente, nesse caso por terem abandonado o navio e negligenciado a segurança dos passageiros.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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