Uma mulher australiana foi surpreendida ao sair de uma loja de artigos femininos nos Estados Unidos e perceber que dentro da sua sacola de compras havia uma
carta com pedido de ajuda. Stephanie Wilson disse não acreditar no que estava lendo.
“Estamos maltratados e trabalhamos como escravos por 13 horas todos os dias, produzindo as sacolas”.
A carta, escondida no fundo da sacola foi escrita em 2012 por um chinês, Tohnain Emmanuel Njong, que enviou uma foto e um endereço eletrônico.
Stephanie levou o depoimento para a Fundação de Pesquisa de Laogai, um grupo que luta pelos direitos humanos, contra abusos nas prisões chinesas. Segundo o tabloide americano DNAinfo, a organização começou a investigar as informações e tentou localizar Njong, sem sucesso.
O fundador da instituição, Harry Wu, passou 19 anos dentro de uma fábrica chinesa trabalhando como escravo. Ele afirmou que Njong assumiu um grande risco ao escrever e enviar a carta. “Ele poderia até mesmo morrer”, disse.
Os funcionários do Departamento de Segurança Interna da loja na qual Stephanie encontrou a carta disseram que não sabiam se a empresa deles era responsável por Njong. De acordo com Tiffany Bourre, porta-voz, as sacolas da loja são fabricadas na China, mas a empresa não seria capaz de determinar a origem específica da carta.
Ainda segundo o DNAinfo, o autor da carta se apresentou nas últimas semanas, dizendo que escreveu a carta durante sua prisão de três anos. Ele foi preso em maio de 2011, acusado de fraude. Foi preso em um centro de detenção por 10 meses, enquanto aguardava um advogado do governo para o defender. O representante apresentou um julgamento judicial e a condenação. Njong foi impedido de ter qualquer contato com a vida externa.
Em entrevista, ele também afirmou que foi forçado a trabalhar em uma fábrica para fazer as sacolas daquela empresa. Segundo Njong, os presos receberam caneta e papel para registrar a produtividade, quando ele decidiu escrever a carta.
Em dezembro de 2013, Njong saiu da prisão e foi para Camarões, seu país de origem. Seus familiares não tinham ideia de onde ele estava e acreditavam que ele havia morrido.
A partir de então, Stephanie trabalha em uma insituição que luta por direitos sociais.
“Eu nunca pensei, nem uma única vez, sobre as pessoas que fazem minhas sacolas, embalagens dos meus alimentos, a caneta com a qual escrevo ou até meu garfo de plástico”.
Reprodução Cidade News Itaú via R7
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