O Complexo Penitenciário de Pedrinhas, localizado em São Luís, registrou a morte de um preso na CCPJ (Central de Custódia de Presos
de Justiça), na tarde deste domingo (18). É o oitavo assassinato na penitenciária. Com a morte dele sobe para 14 assassinatos ocorridos dentro do sistema prisional do Maranhão.
Segundo a Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária), o preso Jean Araújo Pereira, 19, encontrado morto em sua cela na CCPJ. Pereira cumpria pena por homicídio.
No ano passado, foram registrados 60 assassinatos de presos no Maranhão. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) classificou os presídios maranhenses como extremamente violentos e destacou que as unidades não têm condições de manter a integridade física dos internos.
O corpo do preso foi encontrado durante vistoria realizada por agentes penitenciários. A causa da morte do preso não foi informada.
Às 17h30 deste domingo, técnicos do Icrim (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal) chegaram ao presídio para iniciar a perícia no local e outros procedimentos para o corpo ser levado para o IML.
A Sejap informou que as circunstâncias da morte do preso estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios e os autores ainda não foram identificados.
Crise no sistema penitenciário
O sistema prisional do Maranhão enfrenta crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
A penúltima morte no sistema prisional maranhense ocorreu no último dia 30 de abril, quando o preso Diego França Bezerra foi estrangulado com um pedaço de rede por dois colegas de cela no Centro de Ressocialização Jorge Vieira, em Timon (a 428 km de São Luís).
No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 --nome em alusão à pistola .40 -- ordenaram a integrantes fora dos presídios que colocassem fogo em vários ônibus na capital maranhense. Quatro ônibus foram atacados, sendo três deles incendiados, e cinco pessoas foram queimadas -- uma criança morreu com 95% do corpo queimado.
A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013, foram 60 presos assassinados --em alguns casos houve decapitações. Há também constantes denúncias de presos de violações de direitos humanos.
Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.
O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde o último dia 27 de dezembro.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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