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sábado, maio 17, 2014

Indicada por fabricante, atualização de sistema do smartphone exige cautela

Especialistas afirmam que, em geral, aparelhos antigos são os mais propensos a apresentar 'bugs' quando têm o sistema atualizadoSeu smartphone está funcionando bem, até que você resolve atualizar o sistema operacional. Começam então os travamentos, lentidão dos aplicativos e até consumo maior de bateria.

Coincidência? Nem sempre.
Especialistas afirmam que, em geral, aparelhos antigos são os mais propensos a apresentar "bugs" assim. Porém, smartphones mais novos também podem ser afetados. Portanto, antes do "update" (defendido com veemência pelos fabricantes), é preciso certa cautela.

As fabricantes liberam atualizações por vários motivos, explica Rodrigo Filev, professor de Ciência da Computação da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Elas podem resolver erros do sistema, melhorar o uso das funções do smartphone (conhecida como "otimização de drives") e acrescentar recursos de software. "Mas as mais importantes são as correções de falhas de segurança", destaca.

Uma atualização pode conter todos esses itens mencionados juntos, como também só um deles. Caso haja correções de segurança, é altamente recomendável que o usuário atualize rapidamente o sistema do smartphone. "O aparelho carrega muitas informações pessoais e deve ser protegido com a mesma atenção que você tem com seu laptop ou PC", alerta Filev.

Dicas para o 'update' do sistema do smartphone
  • #1 
    Sempre faça backup: seus dados ficam salvos para eventual restauração
  •  
  • #2 
    Updates de segurança sempre devem ser feitos para proteger seus dados
  •  
  • #3 
    Antes de atualizar, acompanhe notícias sobre eventuais 'bugs' nessa versão
  •  
  • #4 
    Confira o que o update traz de novo (as fabricantes informam esses dados)
  •  
  • #5 
    Se o update traz poucos recursos ou só muda o design, é possível aguardar
  •  
  • #6 
    Se possível, desative o update automático para decidir antes se ele vale

Lucas Longo, diretor-executivo do iai? (Instituto de Artes Interativas) e colunista da Folha, acredita que exista uma "impressão psicológica" do usuário de que a atualização causou os problemas, principalmente se a pessoa possui um smartphone mais antigo. "É como pegar um Fusca e botar um motor de Ferrari. O motor é potente demais para o chassi do carro", compara. 

André Marcelino, diretor da iPhoneFix, assistência técnica especializada em Apple, diz que reclamações do tipo "meu iPhone está uma carroça depois que atualizei" são comuns. "Mas o que percebemos em muitos casos é que há pouca memória disponível no aparelho devido a fotos, vídeos e apps instalados, além de muitos aplicativos abertos, que consomem memória também", explica.

Além disso, cada smartphone, mesmo de modelo idêntico, pode reagir de forma diferente ao update. "Cada aparelho é um aparelho, porque cada usuário o utiliza de uma maneira. De 100% deles, pelo menos em 10% vai aparecer algum problema. É uma caixinha de surpresas", diz Juliana Nishiyama, sócia-proprietária da iPhone Place, assistência técnica especializada em Apple.

Decisão do usuário X correções do sistema
No caso do iPhone, o próprio sistema avisa sobre a disponibilidade de uma nova versão, sem tornar a tarefa obrigatória. A opção fica em Ajustes > Geral > Atualização de software. O usuário pode pedir para "Transferir e instalar". Depois de baixar o arquivo, opta por instalar naquele momento ou mais tarde.

No Windows Phone 8, é possível desativar a opção em Configurações > Sistema > Atualização do telefone > Baixar atualizações automaticamente.

No Android, algumas versões do sistema permitem desabilitar a atualização automática, disponível em Configurações > Sobre o telefone > Atualização de sistema.

Filev recomenda que o usuário avalie quais novidades a fabricante oferece naquele novo sistema operacional e se elas atendem às suas necessidades e expectativas. "Não é necessário atualizar imediatamente. Não há garantias de que aquele 'update' será bom para o seu dispositivo. E ele pode trazer recursos e as aplicações que não lhe interessavam tanto", afirma.

Uma boa estratégia pode ser acompanhar fóruns e sites especializados em tecnologia para saber se aquela versão teve erros no mesmo modelo de smartphone que você usa. "Aguarde a versão do sistema estar bem testada para ter a certeza de que não apresenta nenhum bug grave", frisa Marcelino.

Mas, acima de tudo, é preciso lembrar que as atualizações feitas pelas fabricantes não são à toa, diz Longo. Elas podem consertar problemas que o usuário desconhecia ou, justamente, aquelas queixas de lentidão e bateria com pouca duração. "As atualizações são feitas em geral para corrigir algo, portanto eu recomendo que a pessoa sempre atualize aplicativos e sistemas operacionais." Além disso, o usuário não vai conseguir baixar aplicativos compatíveis apenas com versões superiores do sistema móvel.

Portanto, é melhor não "pular" as atualizações importantes, que mudam muito o sistema (por exemplo, do iOS 6 para o 7, do Android 4.3 para 4.4) ou corrigem falhas de desempenho e segurança.

Atualizei e deu pau. E agora?
Filev, da FEI, conta que ele mesmo teve problemas recentemente ao atualizar um smartphone Android, apenas uma geração mais nova que o aparelho top da fabricante. O aparelho perdeu desempenho e passou a 'engasgar' em tarefas rotineiras.

No caso do professor de Ciência da Computação, a saída foi fazer um downgrade (retornar à versão antiga do software e que funcionava bem). Porém, a prática não é recomendada a quem não tem conhecimento técnico porque, segundo Filev, a pessoa corre o risco de inutilizar o dispositivo. 

Como socorrer o smartphone após um 'update bugado'
  • Procure uma assistência técnica autorizada (se o aparelho está na garantia) ou especializada (para os fora do período) antes de tentar soluções por conta própria 
  •  
  • Realizar o downgrade não é recomendável para quem não tem conhecimento técnico. O smartphone pode ser inutilizado 
  •  
  • Sistemas móveis trazem a opção de 'Restauração', que mantém versão atual, porém apaga dados, apps e configurações que podem ser a causa da instabilidade 
  •  
  • Lentidão e consumo alto de bateria podem ter outras causas. Feche apps fora de uso e libere memória do celular apagando arquivos desnecessários 

O ideal é manter sempre um backup atualizado do seu smartphone. Assim, se após uma atualização você tiver problemas, pelo menos terá salvo arquivos e aplicativos. Em seguida, se o aparelho está na garantia, leve-o para um diagnóstico na assistência técnica autorizada. Se não estiver, você pode procurar uma assistência técnica especializada na marca do seu celular.

Caso queira tentar sozinho uma solução, depois do backup dos dados no seu smartphone, é possível retornar às configurações de fábrica. Porém, não há garantia de que isso corrigirá todos os erros.

No iPhone, isso pode ser feito conectando o aparelho ao iTunes e escolhendo a opção "Restaurar iPhone". Outra opção é usar o caminho Ajustes > Geral > Redefinir > Apagar todo o conteúdo e ajustes.

Reprodução
No iPhone, restauração das configurações originais é feita pelo iTunes

No Android, a opção disponível é voltar o aparelho às configurações de fábrica em Configurações > Fazer backup e redefinir > Restaurar padrão de fábrica – isso vai apagar todas as configurações que você tenha alterado, além de dados do aparelho.

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No Android, retorno à configuração original apaga dados

No Windows Phone 8, a opção fica em Configurações > Sistema > Restaurar seu telefone. Isso apagará todo o conteúdo armazenado no telefone e retornará as configurações de fábrica. 

Reprodução
No Windows Phone, restauração do telefone apaga dados e configurações

Reprodução Cidade News Itaú via Uol

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