O atacante Everton Costa, do Vasco, que teve uma arritmia cardíaca no dia 16 de abril, passará por um implante no coração e seu
retorno ao futebol profissional ainda não está garantido.
Nos últimos exames realizados com o jogador, constatou-se que a inflamação no músculo do órgão não regrediu rapidamente, o que está gerando uma espécie de cicatriz. Por conta disso, será implantado no atleta um desfibrilador portátil, que ficará em seu organismo permanentemente, e que aplica choques caso a pessoa sofra uma nova arritmia.
Nesta quinta-feira, no Centro de Futebol Zico (CFZ), o cardiologista Gustavo Gouvêa e o chefe do departamento médico cruzmaltino, Clóvis Munhoz, concederam uma coletiva onde explicaram os procedimentos.
"A região do coração está exatamente igual. Não houve melhora e nem piora. Não era o resultado que a gente esperava. Existe uma grande possibilidade dessa região acometida não melhorar e se tornar uma cicatriz, uma fibrose. Como um machucado que tem inflamação e, na recuperação, fica uma cicatriz. Ele tem uma chance, que não é pequena, de voltar a ter uma arritmia", declarou Gustavo Gouvêa.
De acordo com o cardiologista, porém, estudos específicos sobre estes casos mostram que há mais de 300 atletas com este tipo de dispositivo implantado realizando atividades esportivas normalmente e que não há nenhum caso de morte. O especialista, no entanto, ressaltou que, muito provavelmente, este será o primeiro no futebol brasileiro.
A decisão da continuidade de Everton Costa partirá de um consenso entre o próprio jogador, a comissão médica e o clube. O atacante ainda terá mais cinco meses de processo de recuperação até poder tomar sua escolha.
Caso Everton queira continuar jogando, Gustavo Gouvêa alerta que ele corre o risco de sofrer uma arritmia durante uma partida ou mesmo no dia a dia, e que o dispositivo implantado poderá justamente precavê-lo.
"Pode nunca acontecer, como pode acontecer uma vez, várias vezes... É imprevisível. Segundo a literatura sobre o tema, isso aconteceu em 10% dos atletas enquanto eles realizavam atividade física", disse o cardiologista, relatando o que ocorre caso isto aconteça:
"Ele sofrerá a arritmia, perderá a consciência e, em seguida, já receberá o choque deste desfibrilador. Em poucos segundos, já retomará a consciência. Há, inclusive, um vídeo na internet de um jogador da Primeira Divisão do futebol belga em que aconteceu exatamente isso. Ele caiu, desmaiou e, em poucos segundos, já estava de pé e dando entrevista".
A comissão médica acredita que Everton Costa passará pelo procedimento cirúrgico na semana que vem. De acordo com os especialistas, o processo é simples e, em 24 horas, ele já estará liberado para sua casa.
Gustavo revelou que a vontade do atacante, no momento, é continuar jogando futebol, mas alertou que é preciso ter a consciência dos riscos de se ter uma nova arritmia:
"É muito mais da pessoa entender os riscos, saber o que pode acontecer e estar disposta a correr ou não, dentro desta margem. Porém, o que a literatura mostra, é que o risco é muito pequeno".
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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