Há menos de 10 dias para o fim do período chuvoso no Estado, o volume de chuvas acumulado durante o período se enquadra nas previsões de normalidade para este
ano. Contudo, meteorologistas chamam a atenção para a irregularidade na distribuição de chuvas no Rio Grande do Norte.
Até ontem, 20, o acumulado de chuvas deste ano em Mossoró alcançou 538,2 mm, valor próximo ao esperado para o período (485 mm) e dentro da classificação de normalidade estabelecida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Entretanto, outros municípios do Estado sofreram com a falta de chuva, alguns chegando a registrar um volume acumulado de menos de 100 mm este ano (83,5 mm em Tangará, e, 66,2 mm em Lagoa de Velhos), enquanto outros atingiram valores acima de 700 mm (893,2 mm em Portalegre, e, 778 mm em Frutuoso Gomes).
"Devido à alta pressão do Atlântico Sul estar muito próxima do continente, isso acabou afetando a distribuição de chuvas no Estado, causando irregularidade entre as regiões", conta o meteorologista Gilmar Bistrot.
Mesmo nos municípios que alcançaram a média de chuvas este ano, como Mossoró, produtores rurais contabilizam perdas na produtividade devido ao atraso no início do período chuvoso. Os agricultores afirmam que vêm sofrendo com a estiagem no Estado desde 2011, o que contribuiu para uma queda de até 70% da produção este ano.
Agricultores reivindicam auxílio para amenizar problemas devido à seca
Na manhã de ontem, trabalhadores rurais de todo o Rio Grande do Norte acamparam em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reivindicando auxílio a comunidades prejudicadas pela estiagem.
O ato faz parte do 18º Grito da Terra Rio Grande do Norte, que luta pela criação de uma política de universalização do acesso a recursos hídricos no Estado, o incentivo à agricultura familiar através de medidas como a redução de tarifa de energia elétrica, compra da produção de alimentos por programas governamentais, e a renegociação de dívidas e financiamento.
O acampamento deverá permanecer de pé até hoje. Os manifestantes fazem parte da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), que cobra também ações em prol da desapropriação de latifúndios improdutivos para serem distribuídas entre assentamentos de reforma agrária. A Fetarn busca também negociar melhorias para o homem do campo junto à Delegacia Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Ministério do Trabalho e Emprego, a Secretaria Estadual de Agricultura e agentes financeiros.
Reprodução Cidade News Itaú via O Mossoroense
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