O Brasil é o quinto país com o maior número de obesos em todo o mundo, segundo um estudo divulgado na revista científica Lancet.
O primeiro país no ranking é os Estados
Unidos, seguido por China, Índia, Rússia e, finalmente, o Brasil.
No mundo todo, há 2,1 bilhões de pessoas acima do peso, um salto em relação a 1980, com o número chegava a 875 milhões. Segundo os pesquisadores, entre as razões desse aumento está o "sedentarismo em todos os níveis".
O levantamento aponta que 52,5% dos homens brasileiros estão acima do peso são obesos; entre as mulheres, esse percentual é de 58,4%.
O Ministério da Saúde afirmou, no entanto, que em 2013, 54,7% dos homens e 47,4% das mulheres no Brasil estavam acima do peso, segundo a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
Segundo o governo, essa foi a primeira vez em oito anos que o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país, 50,8% (média entre homens e mulheres). Em 2012, esse índice foi de 51%.
Fracasso
Considerado um dos mais amplos estudos já publicados, a pesquisa foi liderada pelo Instituto de Métricas e Avaliações de Saúde (IHME), em Washington, e executada por pesquisadores de todo o mundo.
Para Ali Mokdad, do (IHME), nenhum país está vencendo a obesidade, já que ela é um problema relativamente novo. "Vai demorar um tempo para vermos histórias bem sucedidas nessa área", disse.
Segundo o estudo, os níveis de obesidade estão crescendo em todo o mundo. Mais de metade dos 671 milhões de obesos vivem em dez países. Além dos cinco citados acima, a lista inclui ainda México, Egito, Alemanha, Paquistão e Indonésia.
Globalmente, a proporção de adultos acima do peso (ou seja, com índice de massa corporal de 25kg/m2 ou mais alto) cresceu de 28,8% para 36,9% em homens e de 29,8% para 38% em mulheres.
Um dos dados que mais chamaram a atenção dos cientistas foi o aumento da obesidade entre crianças e adolescente em países desenvolvidos: 23,8% dos meninos e 22,6% das meninas estavam acima do peso ou eram obesos em 2013.
O mesmo ocorreu entre crianças e adolescentes de países em desenvolvimento: de 8,1% para 12,9% em 2013 no caso de meninos e de 8,4% para 13,4% para as meninas.
Desde 2006, o aumento da obesidade entre adultos em países desenvolvidos vem desacelerando, segundo o levantamento.
Consumismo
Na conclusão do estudo, os pesquisadores pedem uma "liderança global urgente" para combater fatores de risco como o consumo excessivo de calorias, o sedentarismo, e a "promoção ativa feita pela indústria, incentivando o consumo de comida".
Segundo a pesquisa, há mais mulheres obesas do que homens em países em desenvolvimento. Segundo Mokdad, isso se deve ao fato de as mulheres nesses locais assumirem muitas funções --como trabalhar fora e cuidar da família--, as deixando sem tempo para controlar seu peso.
Nos países desenvolvidos, entretanto, há mais homens obesos do que mulheres. Moktad disse que isso se deve às longas horas gastas para ir do trabalho até a casa, além de fatores como um maior sedentarismo, usando computadores.
O professor Hermann Toplak, da Universidade de Graz (Áustria), disse que "nas últimas décadas, a modernização do nosso mundo, com toda a tecnologia que nos cerca, nos levou a um cenário de sedentarismo em todos os níveis".
De acordo com ele, a falta de atividade física faz com que o autocontrole entre em uma espiral. Crianças e adultos, segundo ele, não estão construindo uma massa muscular funcional e "o comer clássico foi substituído por um consumo descontrolado de comida" ao longo do dia.
Os cientistas analisaram dados de pesquisas, como algumas feitas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), governos, e artigos científicos.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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