Uma investigação científica apura a morte de saguis no Parque das Dunas, o segundo maior parque urbano do Brasil e um dos principais pontos turísticos de Natal. Desde
fevereiro passado, oito animais apareceram mortos na área de uso público do parque. Em 2004, um evento semelhante de mortandade de saguis levou o parque ao fechamento por três meses. À época, cerca de 50 saguis apareceram mortos ou doentes.
O grupo-tarefa criado para investigar a mortandade é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, e pelo Laboratório Central (Lacen).
Nesta terça-feira (22), o grupo de reuniu no Parque das Dunas e traçou as estratégias da investigação científica. "Todos os oito animais que apareceram mortos desde fevereiro ainda passam por exames laboratoriais. Até o momento, a única certeza que temos que é eles não foram vítimas de raiva. Ainda não temos um diagnóstico do que provocou essa mortandade", falou ao G1 a administradora do parque, Mary Sorage.
Os saguis que habitam o Parque das Dunas são da espécie Callithrix jacchus, conhecida como saguis-do-Nordeste. Segundo Mary Sorage, essa espécie é "agitada, inquieta". Assim como em 2004, os oito animais que foram encontrados mortos no Parque das Dunas apresentaram alta debilidade física. "Os animais que morreram, aparentavam estar doentes. Eles apareceram na área pública e ficaram quietos, parados, até morrerem", relatou.
No evento de 2004, segundo a administradora, não se chegou a um diagnóstico conclçusivo do que levou os primatas à morte. De fevereiro a agosto daquele ano, foram registrados aproximadamente 50 saguis doentes ou mortos. Na época, os exames realizados para raiva, bem como a sorologia e isolamento viral para febre amarela e outros arbovírus foram negativos.
Mary Sorage disse que ainda é cedo para se relacionar a atual mortandade com a registrada em 2004. "Não podemos fazer qualquer tipo de relação agora, até porque estamos em fase de investigação. Creio que entre 20 e 40 dias poderemos dizer o que está havendo e que providências poderemos tomar". A administradora descartou a possibilidade de, pelo menos por enquanto, o parque ser fechado à visitação pública.
Os animais mortos recolhidos tiveram amostras de tecidos recolhidas. Partes dessas amostras já foi enviada para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, para ser analisada.
O Parque
O Parque Estadual Dunas do Natal Jornalista Luiz Maria Alves foi criado em 1977. É a primeira Unidade de Conservação do Rio Grande do Norte e tem uma área de 1.172 hectares, sendo o segundo maior parque urbano do Brasil. O ecossistema de dunas é rico e diversificado, abrigando uma fauna e flora de grande valor bioecológico, que inclui diversas espécies em processo de extinção.
O Parque das Dunas ainda é considerado um dos principais pontos turísticos de Natal e oferece condições para o lazer e a realização de atividades educativas e de conscientização ecológica.
Segundo a administração do Parque, o local recebe uma média anual de 150 mil visitantes e mantém ainda um cadastro com cerca de 10 mil coopistas - que utilizam o espaço para a prática de atividades físicas.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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