Bruxelas (DW) - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspendeu a cooperação civil e militar com a Rússia, em represália
às ações do país na Ucrânia, sobretudo a recente anexação da península da Crimeia. A decisão foi anunciada ontem durante o encontro de ministros do Exterior da aliança em Bruxelas. Por outro lado, a Otan disse que pretende intensificar o diálogo político com Moscou, no nível de embaixadores. As relações com a Rússia deverão ser reestudadas durante a próxima conferência dos ministros, em junho.
Segundo informou uma porta-voz, a Aliança Atlântica se prepara, paralelamente, para o estacionamento e reforço dos “meios militares” em seus países-membros do Leste Europeu. Os militares da Otan também receberam o mandato de “verificar” seus planos de manobras, e a tropa de reação rápida Nato Response Force poderá ser colocada em alerta, acrescentou a mesma fonte.
A suspensão da cooperação com Moscou é o primeiro resultado do encontro ministerial de dois dias em torno da crise no Leste Europeu. Espera-se também que sejam estabelecidas medidas mais rigorosas de segurança, a fim de proteger Polônia, Romênia e Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia). No encontro em Bruxelas, o representante da Polônia reivindicou a mobilização de tropas da Otan em direção ao leste da Europa, numa proposta rejeitada pelo secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen.
Na abertura do encontro, Rasmussen questionou a alegação, feita pelo Ministério russo da Defesa na véspera, de que Moscou retirara das fronteiras ucranianas um batalhão com cerca de 500 homens.”Isso não é o que nós vimos. E esse acúmulo militar maciço não pode, de forma alguma, contribuir para a distensão, como todos nós queremos. Por isso, eu continuo instando a Rússia a retirar seus soldados, cumprir sua obrigação internacional e entabular um diálogo construtivo com a Ucrânia”, declarou o chefe da Otan aos repórteres reunidos na capital belga.
Ontem, com base numa resolução do Parlamento em Moscou, a empresa Gazprom anunciou aumento de mais de 40% no preço do gás natural fornecido à Ucrânia. Isso implicará um acréscimo de 50% no preço aos consumidores ucranianos, a partir de maio. A empresa estatal russa também ameaçou exigir a devolução de descontos bilionários acertados com o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, deposto em fevereiro. O Parlamento russo decidiu ainda pela anulação dos acordos com a Ucrânia relativos ao arrendamento da base da frota nacional da Rússia no Mar Negro até 2042.
Reprodução Cidade News Itaú via Tribuna do Norte
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