Após visitar as obras do Itaquerão nesta terça-feira e analisar as causas do acidente que resultou na morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, no sábado, o Ministério do
Trabalho realizou reunião com a Odebrecht e com a Fast Engenharia, responsavel pelos trabalhos no local do acidente. Após o encontro, o órgão concluiu que há irregularidade nas obras.
"Não havia uma proteção coletiva. Na visão do Ministério do Trabalho, a obra estava irregular. Pedimos três coisas: implementações de guarda corpo (uma grade de proteção), cabos de aço longitudinais (atualmente, na obra, só existem na transversal). A terceira coisa é um projeto de proteção coletiva. A preferência é de que seja uma rede", afirmou o superintendente do MT, Luiz Antonio Medeiros.
Até o acidente de sábado, o Ministério ainda não havia fiscalizado a parte da construção na qual o acidente ocorreu. No total, foram 20 visitas do órgão, mas nenhuma na parte das arquiibancadas provisórias, das quais o operário caiu.
Medeiros voltou a explicar que a causa do acidente foi o comprimento do cabo de aço que sustentava Fabio. O trabalhador precisou se soltar do equipamento momentos antes da queda.
"O talabarte (peça do cabo que se prende ao operário) tinha 1,20m de comprimento, mas a peça tinha 2,5m. Ele se soltava de um cabo, caminhava pela peça e se prendia prendia a outro. Nesse trajeto, caiu", explicou.
A Fast Engenharia, empresa responsável pelas arquibancadas provisórias, argumentava que estava tomando as medidas de segurança.
"Já seria instalado o guarda corpo, ele é parte do projeto executivo como um todo. Tanto é que começou hoje (terça-feira). Instalamos até agora 550 placas, e o acidente só ocorreu quando faltavam oito. O medo é uma reação natural,mas não há porque ter medo. Foi um acidente, uma fatalidade. Vamos trabalhar com fatos: ele tinha cinto de segurança, estava treinado e fez parte da equipe que instalou os outros platôs. Havia mais dois operários na plataforma no momento do acidente, estavam conectados e não houve nada com eles", disse David Rechulski, advogado da empresa.
O representante da responsável pela construção das arquibancadas também negou a necessidade de uma rede de proteção.
"Não há norma que exija a presença da rede. A legislação fala em proteção coletiva, e isso havia", afirmou.
A defesa de Rechulski acabou gerando um bate-boca entre o advogado e Medeiros. Incomodado, o superintendente do MT insistiu que não havia a devida proteção coletiva aos trabalhadores.
Haverá uma nova reunião entre as partes na quinta-feira, pela manhã. Até lá, as obras seguem interditadas na peça onde ocorreu o acidente. A previsão de retorno aos trabalhos fica para segunda-feira, caso as solicitações do Ministério do Trabalho sejam atendidas.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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