A Justiça Federal do Paraná aceitou, nesta terça-feira (29), mais uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Além de Costa, as filhas dele Ariana
Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz também viraram réus. Esta é uma das três denúncias aceitas pela Justiça Federal nesta terça.
De acordo com a Justiça Federal, a denúncia do MPF acusa estes familiares de Paulo Roberto Costa de retirar documentos e dinheiro do escritório de empresa pertencente ao ex-diretor da Petrobras. Segundo o MPF, durante o cumprimento das buscas realizadas pela Polícia Federa (PF), Paulo Roberto Costa ordenou que os familiares fossem ao escritório da Costa Global Consultoria, no Rio de Janeiro, e retirassem materiais que poderiam provar as infrações sob investigação na Operação Lava Jato, antes da chegada da PF ao local.
Ainda conforme o MPF, câmeras de segurança do prédio registraram a ação dos reús no dia 17 de março - mesma data em que a operação foi deflagrada. As imagens mostram os familiares entrando e saindo com sacolas e mochilas da empresa de Costa, enquanto ele prestava depoimento à sobre o esquema de lavagem de dinheiro de R$ 10 bilhões descoberto pela PF.
Citando a Lei nº 12.850/2013, o juiz justifica a aceitação da denúncia: "Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa". Segundo a decisão, a família diz que o caso não passou de “mera coincidência peculiar” mas que isso só será analisado durante o julgamento.
Essa é a segunda denúncia aceita pela Justiça Federal do Paraná contra o ex-diretor da Petrobras. Na semana passada, ele se tornou réu pela acusação do MPF de ser um dos chefes de uma quadrilha especializada em lavar dinheiro no exterior, por meio de operações de câmbio fraudulentas. Conforme a denúncia, Costa usou empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef, para lavar dinheiro da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Carlos Habib Chater
A Justiça Federal do Paraná também acatou nesta terça-feira (29) uma denúncia do MPF contra Carlos Habib Chater e outras nove pessoas pela prática de crimes financeiros e de pertinência a grupo criminoso organizado.
“Segundo a denúncia, o acusado Carlos Habib Chater comandaria grupo criminoso dedicado à prática de crimes financeiros, especialmente evasão de divisas, contando para tanto com várias empresas de fachada, constituídas e mantidas em nome de pessoas interpostas”, diz um trecho do despacho.
Ainda conforme denúncia, Carlos Habib Chater é o líder do grupo criminoso, mandante e executor dos crimes. Também são réus neste processo André Catão de Miranda, Ediel Viana da Silva, Ricardo Emilio Esposito, Katia Chater Nasr, Ediel Vinicius Viana da Silva, Tiago Roberto Pacheco Moreira, Julio Luis Urnau, Francisco Angelo da Silva e André Luis Paula Santo.
Nelma Mitsue Penasso
Outra denúncia referente à Operação Lava Jato aceita pela Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira (29) envolve mais nove pessoas – entre elas a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama. Os novos réus são acusados, de acordo com a denúncia do MPF, da prática de crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.
“Segundo a denúncia, Nelma Mitsue Penasso Kodama é uma grande operadora do mercado negro de câmbio, envolvida na prática de crimes financeiros, especialmente evasão de divisas, e de crimes de lavagem de dinheiro”, diz um trecho da decisão do juiz federal Sergio Fernando Moro.
Além de Nelma, também viraram réus, Iara Galdino da Silva, Luccas Pace Júnior, João Huang, Cleverson Coelho de Oliveira, Juliana Cordeiro de Moura, Maria Dirce Penasso, Faiçal Mohamed Nacirdine, e Rinaldo Gonçalves de Carvalho.
Entenda a Operação Lava Jato
A operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março no Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso. O grupo envolvido teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Alberto Youssef está preso desde o dia 17 de março e é investigado por ser um dos cabeças do esquema.
Paulo Roberto Costa também permanece detido. A primeira denúncia apresentada contra ele pelo MPF foi por tentativa de atrapalhar as investigações sobre o caso. Quando foi preso, os policiais o flagraram tentando destruir material que pode ser usado como prova contra ele. Costa é investigado por favorecer uma empresa de fachada de propriedade do doleiro em um contrato com a estatal.
O MPF também pediu que os dois continuem detidos. No despacho de sexta-feira, o juiz considerou que há elementos suficientes para manter Youssef e Costa presos. Inclusive, na segunda-feira (28), Costa foi encaminhado da sede da Polícia Federal, na capital paranaense, para o Presídio Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo a Justiça Federal, até a atualização desta reportagem 42 pessoas foram denunciadas pelo MPF.
Supostas ameaças
Também na segunda-feira, os advogados de defesa do ex-diretor da Petrobras divulgaram outra carta escrita por Costa em que ele afirma ter sido ameaçado novamente pelo mesmo agente da Polícia Federal (PF) na carceragem da corporação, onde estava preso desde março. Segundo a carta, ele sofreu nova ameaça no domingo (27).
Na sexta-feira, foi tornada pública uma carta de Costa escrita à mão dizendo que foi ameaçado por um agente da PF na cela da carceragem da corporação. O ex-diretor da Petrobras afirma na carta que um agente da Polícia Federal diz que ele estava criando confusão junto com um dos advogados de defesa, Cassio Quirino, em relação ao pedido de tomar banho e de caminhar no feriado [de Páscoa e Tiradentes].
A Polícia Federal informou que as duas denúncias vão ser investigadas.
Reprodução Cidade News Itaú via G1
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