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terça-feira, abril 01, 2014

Cabo de operário não cobria área de trabalho em obra de estádio, diz MT

 Blog Cidade News ItaúFaltando 75 dias para a Copa do Mundo, o Ministério do Trabalho impôs condições para a retomada de parte da obra na Arena
Corinthians, na Zona Leste de São Paulo. Os fiscais afirmaram que os cabos de segurança são pequenos para a área de trabalho, o que pode ter contribuído para a morte de um operário, informou o SPTV.

As obras nas arquibancadas provisórias da arena Corinthians só vão ser retomadas depois que as falhas de segurança forem corrigidas. Foi o que determinou o Ministério do Trabalho depois de uma nova fiscalização.
Nesta terça-feira, os fiscais constataram que o operário que morreu no sábado (29) usava um cabo de segurança menor do que a área de trabalho e isso o obrigava a tirar o equipamento para se movimentar.
No começo desta tarde, o superintendente do Ministério do Trabalho chegou à Arena Corinthians para fazer uma vistoria nas arquibancadas provisórias. Meia hora depois, ele saiu dizendo que a construção oferece risco aos operários.
Um dos problemas é que os cabos de aço, chamados de linhas de vida, porque sustentam os equipamentos de segurança, são mais curtos do que a área de trabalho.
“A peça onde ele trabalhava tinha dois metros e a movimentação dele era só de um metro e vinte. Para ele trabalhar nessa peça de dois metros, ele só podia se locomover um metro e vinte. Como é que ele fazia? Ele tinha que desenganchar a segurança”, afirmou Luiz Antônio de Medeiros, superintendente regional do MTE.
Um operário que estava ao lado de Fábio Hamilton da Cruz quando ele caiu confirmou a denúncia. “A linha de vida não alcançava. Várias e várias vezes eu andei lá em cima destrelado”, relatou Leandro Gonçalves.
Leandro desistiu do serviço depois da morte do colega. No sábado, dia do acidente, ele tirou fotos do colega com um celular. Em uma delas, Fábio aparece sentado, cerca de uma hora antes da queda. A foto mostra que ele está preso à linha de vida.
As obras nas duas arquibancadas provisórias ficaram paradas o dia todo. Apenas funcionários da Fast Engenharia subiram no setor sul para colocar um corrimão em toda a lateral. A empresa diz que essa instalação já estava prevista no projeto inicial.
Advogados e representantes da Fast engenharia e da WDS Construções, responsáveis pelo serviço, juntaram documentos para enviar ao Ministério do Trabalho porque eles afirmam que sempre cumpriram as normas de seguranças. E para comprovar que as normas de segurança estão sendo seguidas.
As empresas também apresentaram um comprovante de que Fábio fez oito horas de treinamento no dia 21 de janeiro, além de um atestado de saúde ocupacional afirmando que ele estava apto para trabalhar em altura.
Na tarde desta terça-feira, representantes da Fast Engenharia e da WDS Construções, empresas responsáveis pelas arquibancadas provisórias, se reuniram com o Ministério Público do Trabalho.
Em nota conjunta, a Fast Engenharia e a WDS Construções disseram que vão comprovar à delegacia regional do trabalho que todos os funcionários da obra estão capacitados e que os procedimentos de segurança necessários foram implementados.
A construtora Odebrecht informou que a jornada de trabalho nas obras da Arena Corinthians está dentro da lei e que foi definida em comum acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil Pesada.
Confira a seguir a íntegra da nota conjunta à imprensa da Fast Engenharia e da WDS Construções:
A Fast Engenharia e a WDS Construções vêm a publico esclarecer os seguintes pontos:
1)   A segurança dos funcionários sempre foi a principal preocupação em todos os trabalho que realizamos;
2)   Todos os itens de segurança utilizados em todas as obras, inclusive na Arena Corinthians, estão de acordo com as normativas vigentes no Brasil;
3)   Após a interdição dos setores norte e sul das arquibancadas provisórias da Arena Corinthians, a Fast encaminhará, até o final da tarde de hoje,  todos os documentos solicitados pelo DRT para comprovar a capacitação dos funcionários e a implementação de todos os procedimentos de segurança necessários para a realização da obra;
4) A Fast aguarda, após a análise dos documentos pelo DRT, a liberação imediata do local para que seja possível a entrega da obra no prazo acordado.
Duas mortes
Em novembro de 2013, duas pessoas morreram na obra depois que um guindaste tombou e atingiu parte da estrutura das arquibancadas e um caminhão que estava parado no local.
O guindaste que içava o último módulo da estrutura da cobertura metálica do estádio tombou provocando a queda de uma peça metálica de 420 toneladas sobre parte da área de circulação do prédio leste – atingindo parcialmente a fachada. A Defesa Civil fez uma interdição emergencial de 30% da obra (o equivalente a menos de 5% da obra). O motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, 43, trabalhavam para empresas terceirizadas e morreram.
Abertura
O estádio do Corinthians foi o local escolhido pela Fifa para o jogo de abertura da Copa do Mundo no dia 12 de junho de 2014. A seleção brasileira enfrentará a equipe croata, como ficou definido em sorteio realizado em dezembro. Outros cinco jogos da Copa também estão previstos para o estádio da Zona Leste.

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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