As seções eleitorais abriram suas portas neste sábado (5) no Afeganistão, às 7h locais (23h30 de sexta, 4, em Brasília), para o
primeiro turno da votação que elegerá o sucessor do presidente Hamid Karzai.
Sob fortes medidas de segurança e a ameaça dos rebeldes talibãs, os primeiros eleitores enfrentaram a chuva em Cabul para depositar seu voto nas urnas, constatou a AFP na capital afegã. Ao menos duas pessoas ficaram feridas pela explosão de uma bomba próxima de uma zona eleitoral na província de Logar, no centro do país.
A eleição vai designar o sucessor de Karzai, o único presidente do país desde a queda dos talibãs e que, segundo a Constituição, não pode disputar um terceiro mandato.
Os resultados preliminares do primeiro turno serão divulgados no dia 24 de abril. O eventual segundo turno está previsto para 28 de maio.
Cerca de 13 milhões de pessoas estão aptas a votar, mas as previsões mais otimistas não esperam uma participação muito maior que 50%, em grande parte por causa das ameaças dos talibãs de atacar os centros de votação.
A votação é considerada um teste sobre a estabilidade do Afeganistão e a solidez de suas instituições antes da retirada, até o fim do ano, das forças da Otan.
Entre os favoritos das eleições estão Zalmai Rasul, ex-ministro das Relações Exteriores, Ashraf Ghani, um economista de grande reputação, e Abdullah Abdullah, líder da oposição que ficou em segundo lugar na votação de 2009.
O enviado especial da ONU em Cabul, Jan Kubis, avaliou que esta eleição foi "muito melhor preparada" do que a última, em 2009, uma votação caótica marcada por fraudes maciças que levaram à reeleição contestada de Karzai.
Kubis destacou que a presença de uma "avalanche" de observadores afegãos é um elemento positivo para a credibilidade da eleição, apesar da redução do número de observadores internacionais devido à violência.
Neste sentido, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, considerou "crucial" que a eleição seja "crível, inclusiva e transparente".
"Em apenas três dias, o povo afegão expressará seu voto nas eleições presidencial e provincial. Trata-se de um momento-chave para o Afeganistão", declarou Rasmussen.
O secretário-geral reafirmou o "compromisso" da Otan no Afeganistão, mas repetiu que se Cabul não assinar o acordo de segurança bilateral com os Estados Unidos, "não haverá missão" para suceder a Isaf, cujo mandato expira no fim do ano.
A Otan continua a liderar a operação de treinamento das forças afegãs e continuará "a missão anti-terrorista" contra a Al-Qaeda.
Washington aguarda o sucessor do presidente afegão para assinar o acordo que prevê a manutenção de 10 mil soldados até o final de 2016 no Afeganistão.
Reprodução Cidade News Itaú via Uol
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