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terça-feira, abril 01, 2014

Adolescente confessa que deu mais 2 tiros no PM para ter certeza de que o matou

Tristeza e revolta marcam sepultamento de policial militar. Foto: Divulgação/ACSNessa segunda-feira, a polícia confirmou a apreensão de uma jovem de 15 anos, suspeita de ter assassinado a tiros, na última quarta-feira, o soldado PM Jailson Augusto do Nascimento, de 45 anos. Além dela,
uma mulher de 22 anos, identificada como Jessica Daniele de Oliveira do Nascimento, foi presa. Na delegacia, a adolescente confessou o crime. De acordo com os delegados que investigam o caso, outras três pessoas também fazem parte da quadrilha, que é suspeita de ter feito diversos assaltos e tinha a menor como a mais violenta do grupo.

“Essa quadrilha vinha agindo há vários dias na região. As motos usadas no crime tinham sido roubadas em natal. A quadrilha tinha feito alguns arrastões naquele mesmo dia. Segundo informações que colhemos, a menor era a que tinha o comportamento mais violento nas ações, pois ela sabia que teria uma pena menor caso fosse pega, já que as leis beneficiam os menores de idade diante dessas situações”, destacou o delegado Ronaldo Gomes, titular da 1ª DP de Parnamirim.

Em depoimento na delegacia, a adolescente confessou o crime e afirmou que atirou pelo fato de o PM ter colocado a mão atrás da cintura. Ela também frisou que atirou novamente para certificar que o homem tinha morrido. “Eu encarei com ele e ele encarou com a gente e eu cismei com ele. Quando a gente “arrudiou” a rua e parou eu disse que era um assalto, ele quis reagir, ele ia puxar a arma para atirar em mim. Atirei uma vez, pensei que ele não tinha morrido e atirei mais duas vezes”, disse para a Intertv.

Além das presas, participaram do crime mais três homens. “Eles estavam em três motocicletas fazendo assaltos em Natal e Parnamirim. Eles saíram fazendo arrastões em todo o lugar que viam. Quando foram roubar um churrasquinho, o PM estava lá. Foram duas motos na frente e uma ficou atrás, justamente a que pegou o policia. Ela (a adolescente) estava em uma motocicleta que vinha atrás e pegou o PM de costas. Ela nos disse que deu um tiro, pensou que pegou no braço e atirou mais duas vezes. Foi muito fria”, afirmou o delegado Nilson Martins, chefe de investigações da 1ª DP de Parnamirim, em entrevista ao G1-RN.

As prisões aconteceram no início da tarde dessa segunda-feira (31) e aconteceram no bairro dos Guarapes, na Zona Oeste de Natal, e na comunidade Brasília Teimosa, Zona Leste da capital potiguar. De acordo com a PM, os policiais civis e militares receberam informações de onde estaria a adolescente e ficaram esperando para realizar a apreensão. Os outros três integrantes do bando já foram identificados e a polícia tem feito buscas para localizá-los.

O crime

Na noite da última quarta-feira (26), o soldado Jailson tinha acabado de deixar a filha em casa e parou em um churrasquinho. Pouco tempo depois, os suspeitos chegaram em motocicletas, uma delas modelo Bros de cor amarela, a realizaram um assalto em um estabelecimento próximo do churrasquinho. Quando foram em direção ao churrasquinho, o PM teria esboçado uma reação e foi alvejado. Os disparos atingiram a cabeça do soldado e também a região do tórax. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU),foi acionado, mas Jailson morreu antes mesmo que o socorro chegasse.

Maioridade penal

A frieza como a adolescente agiu para matar o Policial Militar trouxe novamente a tona a discussão da diminuição da maioridade penal, que hoje está definida em 18 anos. Em entrevista ao Jornal de Hoje, o coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, disse que a mudança só iria trazer outros problemas para a sociedade. “Eu sou totalmente contra a diminuição da maioridade penal. Se isso acontecer, depois teremos crianças de 6 ou 7 anos presas nos presídios. O que precisamos mudar é aquilo que falei, as políticas públicas. Os jovens precisam de escola em tempo integral e de lazer. Caso contrário esse cenário atual não irá mudar”.

Para o coronel, os jovens só irão sair do mundo do crime quando a sociedade mudar. “O produto final que chega para a polícia resolver, não foi causado pela polícia. É uma situação que vem da família, do cuidado dos pais com os filhos. Depois passa pela igreja e pela escola. Digo igreja como um moderador, independente da religião. O jovem precisa ter escola em tempo integral. Os pais precisam saber com quem os filhos andam. Quando isso tudo falha, termina na polícia. A Polícia é chamada para resolver o que falhou lá atrás”, afirmou.

Reprodução Cidade News Itaú via Portal JH

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