Foram transferidas no final da manhã desta quarta-feira (12) as oito pessoas que estavam presas na Delegacia de Polícia Civil de Macau, município da região salineira do Rio
Grande do Norte.
Os presos, que nesta manhã foram retirados do corredor e colocados no solário da unidade, foram levados para unidades prisionais de Natal, Caraúbas, Parnamirim, Mossoró e Caicó. Nesta terça-feira (11), o Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte denunciou a presença de 17 presos amontoados no corredor da delegacia. Entre eles, três mulheres amarradas com cordas por falta de algemas.
Segundo a Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape), ainda na noite desta terça um preso foi liberado pela Justiça. Quanto aos quatro restantes, três devem ser liberados pela Justiça nas próximas horas e um vai continuar esperando vaga no sistema prisional para também ser removido.
A denúncia
A situação na Delegacia de Polícia Civil de Macau foi denunciada na manhã desta terça-feira (11) pelo Sinpol. Diretores do sindicato estiveram no local, fizeram fotos e vídeos e informaram o caso ao Ministério Público Estadual e ao Poder Judiciário.
"Essa situação é insustentável. Os policiais estão correndo risco. Pode haver uma rebelião a qualquer momento", disse Francisco Alves, um dos diretores do Sinpol.
A delegacia de Macau possui uma carceragem com capacidade para 30 presos. De acordo com o Sinpol, a maioria dos presos que ficou no corredor foi presa por furto ou posse de drogas.
"Muito homem, tudo misturado"
Em vídeo gravado pelo Sinpol ainda na manhã desta terça (11), uma das mulheres que estava presa amarrada com cordas no corredor da Delegacia de Macau disse que estava sendo tratada como animal. Grávida de três meses, ela afirmou que foi detida há mais de duas semanas e que desde então vinha dormindo no chão, ao lado de homens e mulheres.
"Tem muito homem aqui, todo misturado. Eu tô presa aqui há 17 dias, sem consulta, dormindo quase na rua, sem condições de usar o banheiro. Estamos aqui como bicho, amarrados com corda", disse a detenta (veja vídeo ao lado).
Outra mulher que aparece no vídeo feito pelo Sinpol é uma presa que está amamentando. "Meu menino tá em casa jogado com um menino de treze anos de idade porque a minha menina de 17 anos trabalha e não pode olhar. O de 13 anos nem indo pro colégio tá porque não tem quem faça comida pra ele ir", disse. Ela afirmou ainda que familiares levavam o bebê para ela amamentar dentro da DP.
Reprodução Cidade News Itaú
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