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quinta-feira, março 27, 2014

Náutico adota postura mais defensiva, vence e se classifica

Foto: Jefferson Marques/Supramax ComunicaçãoO Náutico adotou uma postura humilde mas foi recompensado pela eficiência, principalmente no primeiro tempo e garantiu sua vaga nas semifinais do Campeonato
Pernambucano. O timbu fez 3×1 no Salgueiro, no Cornélio de Barros, na noite desta quarta (26) e chegou aos 17 pontos. Já o Carcará, que perdeu a primeira para os grandes dentro de sua casa, caiu para o quinto lugar, também vitimado pela vitória do Central sobre o Porto, no Luiz Lacerda. Mais do que a classificação, o jogo no sertão pode ter indicado ao técnico Lisca a melhor maneira de explorar as características dos jogadores que tem em seu grupo. No próximo domingo (30), os alvirrubros enfrentam o Sport, na Ilha do Retiro. O Salgueiro encara o Porto.

Precisando vencer de qualquer forma para não correr risco de perder a quarta posição, o Salgueiro adotou uma postura ofensiva. Tanto que com um minuto, Marcos Tamandaré invadiu a área e chutou forte. A bola desviou em Fabrício Ceará e passou com perigo. Mas este apetite cobrou seu preço. Sem o equilíbrio defensivo necessário, o time da casa deixou a porta aberta. E foi assim que o Náutico entrou.

Aos quatro minutos, Zé Mário puxou o contra-ataque e serviu Marinho. Ele ainda teve tempo de dominar antes de chutar sem chance para Luciano. Mesmo no prejuízo o Carcará não teve outra alternativa a não ser permanecer com a vocação ofensiva. Sim, o time de branco pressionou e teve mais a posse de bola no campo do adversário. Faltou finalizar mais.

O erro do Salgueiro era justamente no passe final, aquele que deixa o atacante em condições de marcar. Nesse caso, as condições eram precárias. Os meias Anderson Paraíba e Vítor Caicó se movimentavam, driblavam mas não conseguiam “achar” Fabrício Ceará. A dupla de meias mantinha uma distância da árae maior do que a indicada. Quando Fabrício recebia, quase sempre de costas para o gol, tinha que dominar e esperar a aproximação de alguém que nunca acontecia.

O Náutico não abandonou a postura humilde e supreendente para uma camisa tão pesada no futebol pernambucano. Errou? Não. Apesar da maior posse de bola, o Salgueiro não bombardeou o goleiro Alessandro e, de quebra, mantinha um perigoso contra-ataque a postos. Aos 15 minutos, Marinho dividiu com Alemão, levou a melhor e fez o gol. A jogada foi limpa mas o árbitro Neílson Santos viu falta do jogador alvirrubro.

No final da etapa, Zé Mário apareceu novamente para deixar outro companheiro na cara do gol e mostrar aos meias salgueirenses como se faz. Aos 42 ele cruzou da direita e Marcelinho – aquele mesmo que quase foi às vias de fato com o técnico Lisca na Arena Pernambuco – antecipou-se a Ranieri e mandou a bola no canto, de cabeça.

Como ninguém sentiu contusão era óbvio que o Náutico voltaria para o segundo tempo com a mesma formação. E assim foi feito, mantendo também a postura de deixar o contra-ataque engatilhado. O Salgueiro veio de Kanu no posto de Rodolfo Potiguar, mas o gás do Carcará não teve o mesmo efeito nos 45 minutos finais.

O Náutico tocou mais a bola, seu meio de campo adiantou um pouco e tirou o adversário dos calcanhares. Tanto que as melhores oportunidades foram do time da capital. Aos quatro, Marcos Vinícius perdeu um gol incrível numa jogada que ele mesmo começou ao tomar a bola no meio de campo e puxar o contra-ataque. Ele passou para Marinho e abriu do lado esquerdo. Estava sem marcação quando recebeu a bola, mas deu uma canelada e ela foi limpa, nas mãos de Luciano.

Para quem estava mais ofensivo ao menos na teoria, o Salgueiro só assustou numa bola alta. Aos dez, Anderson Paraíba cobrou falta na área e o zagueiro Alemão apareceu sozinho para cabecear no mesmo local em que Marcelinho marcara o segundo gol. Ele só não repetiu a pontaria. Mandou para fora. Marcos Vinícius teve outra chance aos 25. Novamente com Marinho fazendo o papel de garçom. Desta vez o camisa 10 ainda teve o privilégio de dominar antes de chutar. E completamente livre. Mas não teve jeito. Fora.

O Náutico foi tão perdulário que o Salgueiro, mesmo em marcha lenta, terminou achando seu gol. No mesmo lugar onde Alemão desperdiçara, Vítor Caicó encontrou Valdeir, recém-ingresso na partida, chegando em velocidade para cabecear no canto esquerdo de Alessandro. No segundo erro coletivo do Náutico, o time da casa diminuiu, aos 32. Quando o jogo caminhava para o fim e o Salgueiro ainda se animava para empatar, o timbu jogou não um balde, mas uma caixa d’água de água fria nas pretensões do oponente. Yuri recebeu de Roberson, invadiu a área e chutou forte para sacramentar o 3×1.

Ficha do jogo:

Salgueiro: Luciano; Marcos Tamandaré, Alemão, Ranieri, Daniel; Pio, França (Yerien) e Vitor Caicó; Fabrício Ceará, Anderson Paraíba (Valdeir) e Rodolfo Potiguar (Kanu). Técnico: Cícero Monteiro.

Náutico: Alessandro; Jackson, Wiliam Alves, Flávio e Raí; Elicarlos, Dê, Marcos Vinícius (Leleu) e Zé Mário; Marinho (Roberson) e Marcelinho. Técnico: Lisca.

Local: Cornélio de Barros, em Salgueiro. Árbitro: Neilson Santos. Assistentes: Ricardo Chianca e Bruno Alcântara. Gols: Marinho, aos quatro; e Marcelinho, aos 42 do primeiro. Valdeir, aos 32; e Jackson, aos 42 do segundo. Cartões amarelos: Marcos Tamandaré, Flávio, Raí e Marcos Vinícius. Renda: R$ 51.720. Público: 8.761.

Reprodução Cidade News Itaú via UOL

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