Em vídeo gravado pelo Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sinpol-RN), uma das mulheres que está presa amarrada
com cordas no corredor da Delegacia de Macau, na região salineira do RN, diz que está sendo tratada como animal. Grávida de três meses, ela afirma que está presa há 17 dias e que desde então dorme no chão, ao lado de homens e mulheres.
"Tem muito homem aqui, todo misturado. Eu tô presa aqui há 17 dias, sem consulta, dormindo quase na rua, sem condições de usar o banheiro. Estamos aqui como bicho, amarrados com corda", disse a detenta.
Outra mulher que também está presa na delegacia diz que está amamentando. "Meu menino tá em casa jogado com um menino de treze anos de idade porque a minha menina de 17 anos trabalha e não pode olhar. O de 13 anos nem indo pro colégio tá porque não tem quem faça comida pra ele ir", disse. Ela afirmou ainda que familiares levam o bebê para ela amamentar dentro da DP.
A situação na Delegacia de Polícia Civil de Macau foi denunciada na manhã desta terça-feira (11) pelo Sinpol. Diretores do sindicato estiveram no local, fizeram fotos e vídeos e informaram o caso ao Ministério Público Estadual e ao Poder Judiciário. “O Sinpol vai pedir a retirada imediata dos presos da delegacia de Macau. Caso os presos não sejam transferidos, os policiais vão abandonar o prédio e se apresentar na sede da Delegacia Geral de Polícia”, informou a assessoria do sindicato.
"Essa situação é insustentável. Os policiais estão correndo risco. Pode haver uma rebelião a qualquer momento", disse Francisco Alves, um dos diretores do Sinpol.
O diretor de Policiamento no Interior, delegado José Carlos Oliveira, confirmou ao G1 que oficiou nesta segunda-feira (10) a Coordenadoria da Administração Penitenciária (Coape) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) para que providencie o remanejamento dos presos. “Estamos aguardando agora a ação da Coape”, corroborou.
A delegacia de Macau possui uma carceragem com capacidade para 30 presos e está lotada. De acordo com o Sinpol, a maioria dos presos que estão no corredor foi presa por furto ou posse de drogas.
Reprodução Cidade News Itaú
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