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terça-feira, março 25, 2014

Mesmo foragido, paulista acusado de matar pernambucana no RN vai a júri

Empresário Eugênio Becegato é foragido da Justiça potiguar e acusado de matar a pernambucana Clara Rubianny, de 26 anos, natural de Caruaru (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi e Divulgação/Polícia Civil)A Justiça do Rio Grande do Norte confirmou para esta sexta-feira (28) o julgamento do empresário paulista Eugênio Becegato Júnior, acusado
de em julho de 2013 ter matado a pernambucana Clara Rubianny Ferreira dentro de um apartamento no bairro de Ponta Negra, na zona Sul de Natal. Foragido do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim, na Grande Natal, de onde fugiu no dia 16 de fevereiro, Becegato será julgado à revelia caso não se apresente até a data do júri popular, que acontecerá a partir das 8h no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal.
A defesa do empresário reforçou que aguarda a apresentação dele até o julgamento. "Mantive contato com o pai dele em Campinas. Eugênio fez contato com ele e a expectativa é grande pela apresentação. É importante para que possamos viabilizar uma defesa mais concreta", explica o advogado Rilke Barth. Para a defesa, o acusado matou Clara Rubianny em legítima defesa.

O advogado alega que a legítima defesa se configura nos depoimentos das testemunhas arroladas no processo. "Não era a primeira vez que a vítima tentava aplicar o golpe conhecido como 'Boa noite, Cinderela'. Meu cliente percebeu isso e acabou cometendo o crime. Tenho certeza que ele será absolvido no júri popular", frisou Rilke Barth.  Eugênio Becegato Júnior tem 36 anos e é natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.


Relembre o caso
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte encontrou o corpo de Clara Rubianny Ferreira no dia 22 de julho do ano passado dentro de um apartamento no bairro de Ponta Negra, na zona Sul de Natal. Ela tinha 26 anos e era natural de Caruaru, em Pernambuco. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.
Clara foi achada enrolada em lençóis e sacos plásticos. Um fio estava em volta do pescoço da vítima. De acordo com o chefe de investigações da 15ª DP, alguns vestígios achados no local do crime indicam que houve consumo de drogas no quarto onde o corpo da jovem estava. "Achamos um prato e uma gilete, que normalmente são usados para esquentar e separar cocaína", ressalta.

O vídeo ao lado mostra os últimos momentos de vida da jovem pernambucana
Segundo o médico legista Manoel Marques, na época coordenador de medicina legal do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), a jovem morreu em decorrência de um estrangulamento. "O laudo foi assinado pelo legista Cícero Tibério e revela que a jovem foi estrangulada por um pedaço de fio que estava enrolado no pescoço dela", afirmou Marques.
A polícia chegou ao apartamento após uma denúncia anônima de moradores. Vizinhos reclamaram do mau cheiro vindo do imóvel. Os policiais arrombaram a porta e acharam o corpo já em estado de decomposição. Antes da descoberta, Edson Barreto chegou a entrar em contato com o pai de Clara, que mora em Caruaru. "Ele não tinha notícias dela faziam seis dias", contou.
Eugênio Becegato Júnior deixou o prédio por volta das 13h do domingo (21) em uma Cherokee vermelha e não retornou.
O policial também contou que a Polícia Militar esteve no apartamento no dia 19, mas teve a entrada impedida pelo dono do apartamento. "Como não tinham mandado, os policiais preferiram não arriscar", ressaltou o chefe de investigações da 15ª DP.

Eugênio Becegato foi preso no dia 23 julho, um dia após o corpo da vítima ter sido encontrado por vizinhos que reclamaram à polícia do mau cheiro que vinha do apartamento do acusado.

O empresário foi preso ao ser abordado por agentes da Polícia Rodoviária Federal que realizaram uma barreira na BR-116, na região de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. De lá, o acusado foi trazido para Natal, indiciado pelo crime de homicídio qualificado e, em audiência de instrução e julgamento realizado em novembro, sentenciado à sentar no banco dos réus em júri popular previsto para o mês de abril deste ano.

Materialidade
A delegada Karen Lopes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Zona Sul de Natal, foi a Bahia no dia seguinte à prisão e buscou o empresário. Na capital potiguar, Eugênio disse que só iria se pronunciar após a emissão do laudo cadavérico.
Apesar do silêncio do suspeito na ocasião, a delegada disse acredita ter materialidade suficiente da culpa do empresário. Segundo ela, o crime teria acontecido após uma briga entre Eugênio e Clara. “Nós encontramos evidências do consumo de drogas”, apontou. Além disso, Karen afirmou que uma testemunha teria dito que o homem pediu ajuda para ocultar o cadáver. “Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em um carrinho de supermercado. Ele tentou conservar o corpo inclusive deixando o ar condicionado ligado direto”, comentou.

Reprodução Cidade News Itaú

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