Familiares das vítimas do voo MH370 da Malaysia Airlines entraram em desespero nesta segunda-feira (24) ao serem
informados de que o avião havia caído no oceano Índico e que todos a bordo haviam morrido.
Eles haviam sido convocados para uma reunião extraordinária com representantes do governo da Malásia em um hotel em Pequim.
Porém, antes mesmo do encontro, receberam uma mensagem de texto da companhia aérea anunciando os acidentes e as mortes.
"Lamentamos profundamente dizer que temos de assumir, além de toda dúvida, que o MH370 sumiu e que nenhum daqueles a bordo sobreviveu. Temos de aceitar que todas as evidências sugerem que o avião caiu no sul do oceano Índico", dizia a mensagem.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian" e com a rede de TV norte-americana CNN, paramédicos foram enviados para o hotel para prestar assistência às famílias -- e policiais, para contê-los.
Uma mulher se disse "desesperada e devastada". Outra mulher soluçava, chorava e chutava em direção às câmeras de reportagem presentes no local. Pelo menos uma pessoa foi retirada do local em uma maca.
"Nós não sabemos como reagir a essas notícias", disse Satish Shirsath, segundo o "Wall Street Journal". Sua cunhada, Kranti Shirsath, estava no voo porque fazia parte de uma comitiva que ia para a Coreia do Norte visitar o marido, que trabalha para uma ONG. Kranti tinha dois filhos.
Na Malásia, equipes médicas foram colocadas de prontidão em pelo menos três hospitais para atender possíveis casos envolvendo parentes dos passageiros .
Companhia se defende
Questionada pela imprensa sobre se mandar uma mensagem de texto foi apropriado nesse caso, a Malaysia Airlines respondeu que "não mandou apenas um SMS".
"A mensagem foi levada cara a cara a todas as famílias nos hotéis. SMS e telefonemas foram feitos para aqueles que não estavam nos hotéis. Queríamos nos certificar de que todos fossem informados por todos os canais."
O governo da Malásia irá realizar uma nova entrevista coletiva na próxima terça-feira (25) com mais detalhes sobre o caso.
O voo MH370 desapareceu dos radares no último dia 8 de março, cerca de 40 minutos após decolar do aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, com destino a Pequim, na China.
A princípio, as buscas se concentraram na região que envolvia o mar do sul da China e partes da costa da Malásia, Vietnã e Índia. Posteriormente, descobriu-se que o avião havia mudado sua rota. Uma grande operação de busca foi montada seguindo dois corredores principais, em direção norte e em direção sul.
O norte ia até áreas ao norte do Laos e ao Cazaquistão. O corredor sul chegava até a costa da Austrália, exatamente onde as autoridades da Malásia afirmam que o avião caiu, matando os 239 ocupantes.
No último dia 16, satélites detectaram na costa da Austrália objetos que poderiam ser destroços do avião.
Na manhã desta segunda-feira (24), o governo da Malásia anunciou que o voo MH370 caiu no sul do oceano Índico a pouco mais de 2.500 quilômetros da cidade australiana de Perth.
Reprodução Cidade News Itaú
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