Caças russos violaram o espaço aéreo da Ucrânia durante a madrugada desta segunda-feira (3), sobre o Mar Negro, de acordo com a agência Reuters, que atribui a
informação ao Ministério da Defesa. No entanto, aeronaves das forças ucranianas impediram quaisquer "ações provocativas" da Rússia. Não foram divulgadas outras informações.
No sábado (1º), o presidente Vladimir Putin conseguiu a autorização do Parlamento para enviar soldados russos não somente para a Crimeia, mas para a Ucrânia como um todo. Isso eleva a crise entre os dois países a outro nível.
Diplomatas russos dizem que podem não usar estes poderes "imediatamente" - mas isso parece implicar que eles poderiam ser usados em breve.
Putin disse que fará todo o necessário para "proteger os cidadãos russos e seus compatriotas" e já há confrontos em cidades do leste da Ucrânia.
Soldados russos estão em alerta de combate na fronteira, como parte de um grande treinamento realizado nesta semana.
Como tudo começou
A onda de manifestações na Ucrânia teve início depois que o governo do presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.
O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991. No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma mais usado diariamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No norte e no oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões servem como base para a oposição – e é onde se concentraram os principais protestos, incluisive na capital, Kiev.
Os três meses de protestos, que se tornaram violentos em fevereiro de 2014, culminaram, no dia 22, na destituição do contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições antecipadas para 25 de maio.
No dia seguinte, uma ordem de prisão contra o presidente deposto foi emitida, responsabilizando-o por "assassinatos em massa de civis" promovidos na repressão aos protestos de rua.
Após dias desaparecido, Yanukovich apareceu na Rússia e acusou os mediadores ocidentais de traição. Ele afirmou que não reconhecia a legitimidade do novo governo interino e prometeu continuar lutando pelo país.
As autoridades ucranianas pediram sua extradição.
A deposição de Yanukovich intensificou as tensões separatistas na região da Crimeia, provocando uma crescente tensão militar com a Rússia, que levou o Senado a aprovar um pedido de envio de tropas feito pelo presidente Vladimir Putin.
O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o recuo das tropas na Crimeia.
A Ucrânia convocou todas suas reservas militares para reagir a um possível ataque russo e afirmou que se trata de uma "declaração de guerra".
Reprodução Cidade News Itaú
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