Menos de uma semana depois de anunciar que estava resolvido o impasse sobre quem irá pagar e construir as estruturas temporárias
no Itaquerão, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, voltou atrás. O cartola está no Rio de Janeiro, onde fica até a próxima quinta-feira, atendendo a uma agenda de reuniões com autoridades brasileiras, da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local), e disse que, até agora, nada está definido sobre o assunto.
Nesta segunda-feira, o cartola da Fifa se reuniu com Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians (dono da arena) e responsável do clube pelas obras do estádio. Após o encontro, em entrevista ao UOL Esporte, ele afirmou: "Os problemas em relação ao estádio (Itaquerão) são sempre as estruturas temporárias. Tivemos um encontro hoje (com Andrés Sanchez) e amanhã haverá um retorno sobre o que conversamos. Antes de eu deixar o Brasil, haverá uma solução", disse o secretário-geral da Fifa.
As estruturas temporárias são obras e equipamentos avaliados em R$ 60 milhões que deverão ser instalados no Itaquerão para que a arena atenda as exigências da Fifa para sediar a partida de abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho. São aparelhos de ar condicionado, geradores de energia elétrica e estruturas de telecomunicações, entre outros equipamentos. A Fifa já disse que não irá pagar pelas estruturas, que por força de contrato são de responsabilidade das autoridades brasileiras ou do Corinthians.
Na semana passada, em entrevista na cidade de Zurique, na Suíça, Valcke anunciou, em tom de alívio por encerrar um assunto problemático: "A situação financeira está resolvida. Temos que fazer tudo que pudermos para que as instalações temporárias fiquem prontas a tempo". Já nesta segunda, após a reunião com Sanchez, o problema estava novamente posto à mesa.
E quem irá pagar pelas estruturas temporárias?, indagou a reportagem do UOL Esporte. "Não serei eu, nem você", respondeu o cartola. "Mas se pago com dinheiro público, eu terei que pagar também ", rebateu a reportagem, ao que Valcke treplicou, sorridente: "Mas esse lugar é onde você vai trabalhar", talvez querendo dizer que a área no Itquerão que será ocupada pela imprensa durante a Copa é uma das que irá receber as instalações temporárias.
Faltam menos de três meses para a abertura da Copa. A questão das estruturas temporárias do Itaquerão são a maior preocupação de Valcke no momento, conforme ele mesmo já disse. Segundo o cartola, a instalação dos equipamentos de telecomunicações é algo delicado e complexo, que costuma levar mais de três meses, e que terá que ser feito às pressas no Itaquerão.
Porto Alegre
Outra sede que vive um impasse a respeito das estruturas temporárias é Porto Alegre. Por lá, não se sabe se quem vai pagar pelas estruturas é a prefeitura municipal, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul ou o Internacional, clube dono da arena.
Na próxima terça-feira, a Assembleia Legislativa irá votar um projeto de lei que autoriza o Estado a bancar as obras, avaliadas em R$ 30 milhões. De olho nesta votação, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, disse que, caso os deputados estaduais não aprovem a lei, Porto Alegre poderá ficar de fora da Copa.
Para Jérôme Valcke, "se o prefeito disse isso, é que está seguro em uma solução". Segundo ele, já houve um entendimento entre todas as autoridades envolvidas para resolver este impasse no Beira-Rio, entendimento este que passa pelo pagamento com dinheiro público estadual das estruturas temporárias da arena do Inter. "A votação na Assembleia será amanhã. O voto vai confirmar o que foi decidido", aposta o cartola da Fifa.
Reprodução Cidade News Itaú
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