Três procuradores do grupo Justiça de Transição denunciaram seis envolvidos na explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, em Jacarepaguá, zona
oeste do Rio, na noite de 30 de abril de 1981. O atentado foi durante um show pelo Dia do Trabalho, que reunia cerca de 20 mil pessoas, a maioria jovens. As provas foram reunidas em 38 volumes de documentos e 36 horas de gravações de depoimentos em áudio e vídeo, de acordo com o jornal O Globo.
Entre os seis denunciados pelos procuradores Antonio Cabral, Andrey Mendonça e Marlon Weichert, surgem os nomes de quatro suspeitos que nunca haviam aparecido. Foram apontados os generais reformados Nilton Cerqueira, então comandante da Polícia Militar do Rio, e Edson Sá Rocha, que era chefe da Seção de Operações do Destacamento de Operações de Informações (DOI).
Também aparecem na lista de denunciados o ex-delegado capixaba Cláudio Antônio Guerra, que trabalhava no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), e o major reformado Divany Carvalho Barros, que pertencia ao DOI do 1º Exército (DOI-1). Em depoimento, Barros assumiu que foi ao estacionamento destruir provas que incriminassem os militares.
O general reformado, Newton Cruz, que era chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), já tinha sido indiciado no inquérito de reabertura do caso, em 1999. Outro nome que reaparece é o do então capitão Wilson Luiz Chaves Machado, dono do carro onde a bomba explodiu e parceiro do sargento Guilherme Pereira do Rosário, único morto no atentado. Hoje coronel reformado, Machado já tinha sido denunciado outras quatro vezes, mas as provas foram desqualificadas pelo Superior Tribunal Militar (STM).
De acordo com a denúncia, o grupo agia em duas frentes: planejamento e operacional. Todos são acusados de tentativa de homicídio doloso, explosão, transporte de explosivos, formação de quadrilha, favorecimento pessoal e fraude processual. Passados 33 anos do atentado, os procuradores alegam que o crime é imprescritível porque foi praticado contra o País.
Além disso, não estariam cobertos pela Lei de Anistia, válida de 1961 a 1979. Além dos seis, outros nove nomes foram identificados, mas todos já falecidos. O atentado provocou a morte imediata do sargento Rosário, lotado no DOI-1 e que carregava a bomba.
Reprodução Cidade News Itaú
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