O prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP), e cinco servidores da prefeitura foram presos no sábado (8), acusados de integrar uma rede
de exploração sexual de crianças e adolescentes no município localizado a 636 km de Manaus. Na última semana, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) colheu novos depoimentos que apontam Adail como chefe desta rede. Nos relatos, uma das testemunhas conta que servidores da prefeitura fotografavam crianças e adolescentes na cidade e faziam uma espécie de "catálogo" com as imagens para que Pinheiro escolhesse as vítimas.
Em entrevista à TV Amazonas, uma mulher, já ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual, da Câmara Federal, contou que os aliciadores simulavam desfiles para fotografar as jovens. Questionada pela reportagem o objetivo das fotos, ela respondeu: "para prostituir as meninas".
Segundo a testemunha, as jovens e os familiares recebiam presentes como celulares, roupas e motocicletas para não denunciar os crimes. Ao G1, na última semana, o promotor Fábio Monteiro, do MPE-AM, explicou que até casas, dinheiro e terrenos eram dados às vítimas.
Outra testemunha ouvida pelos promotores disse ter visto de perto festas promovidas na casa do prefeito em Coari. Segundo ele, as vítimas entraram na residência pela porta dos fundos. As festas, de acordo com a testemunha, serviam como uma espécie de vitrine para a escolha das meninas. "Depois que terminava a festa, o prefeito escolhia a dele e o restante ia levando as outras. Ele olhava e dizia é aquela que eu quero, e tinha que ser essa", relatou.
Um dos critérios, conforme os relatos, era a idade. "A preferência dele era branquinha, e tinha que ser nova. Nova para ele era 'bebêzinha', que ele falava. Idade entre 12 e 13 anos", afirmou. O homem ouvido pelo MP ressaltou ainda que o prefeito queria sempre meninas diferentes. "Repetida ele não queria não. Repetida eram as que ele já tinha ficado mais de duas vezes", disse.
O prefeito de Coari, Adail Pinheiro, nega todas as acusações. Após a prisão, ele segue detido em uma cela no Batalhão do Comando de Policiamento Especializado (CPE), da Polícia Militar, localizado na Zona Centro-Oeste de Manaus.
Na Justiça do Amazonas, o prefeito possui três inquéritos policiais relacionados a crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes e favorecimento à prostituição em andamento, uma denúncia já recebida pela Corte, e o novo pedido, que poderá se transformar em outra ação penal contra o acusado. Ao todo, 56 processos contra Adail estão ativos, sendo 34 ações na Comarca de Coari e 22 processos em Manaus.
Reprodução Cidade News Itaú
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