Uma nova manifestação popular na noite desta terça-feira (11) na Praça Seca, Zona Oeste do Rio teve mais um ônibus incendiado, além de uma retroescavadeira. A informação é do
9º BPM (Rocha Miranda). Segundo a unidade policial, o protesto era realizado por moradores da comunidade Bateau Mouche em represália à morte de dois jovens, baleados durante ação policial no Bairro de Rocha Miranda. Pela manhã, outro ato dos moradores complicou o trânsito na região e terminou com um ônibus e um banheiro químico incendiados, além de um carro da PM depredado.
De acordo com o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Wagner Moretzsohn, assim como ocorrido pela manhã, à noite novamente o protesto terminou em vandalismo. Além do ônibus e da retroescavadeira incendiados, os manifestantes tentaram incendiar um restaurante, mas foram contidos. Ninguém foi preso.
Segundo a PM, cerca de 150 pessoas participaram do ato, que teve início por volta das 20h e interditou totalmente o tráfego na Avenida Cândido Benício por cerca de duas horas. O ônibus foi alvo de ataque no Tanque, próximo à estrada do Mato Alto. Equipe de bombeiros de Jacarepaguá foi mobilizada para combater as chamas. Não havia informação sobre vítimas. Testemunhas relataram também ter ouvido tiros na região.
De acordo com a CET-Rio, às 22h40 o tráfego já havia sido liberado na Avenida Cândido Benício.
Tensão pela manhã
No começo da manhã, as pistas da Rua Cândido Benício foram interditadas durante manifestação. Um ônibus e um banheiro químico usado por operários da obra Transcarioca foram incendiados e um carro da PM teve vidros quebrados.
O protesto ocorreu próximo à obra de uma estação Transcarioca e impediu muitos trabalhadores de conseguir transporte na região. Segundo a PM, o protesto envolveu moradores dos morros São José Operário, Covanca e Chacrinha. O ato, segundo afirmou a PM, foi uma represália à morte de dois jovens durante ação policial.
Mortos em troca de tiros
Segundo a PM, os dois rapazes baleados em Rocha Miranda estavam acompanhados por outros dois. O grupo foi abordado durante um patrulhamento na Avenida dos Italianos, na altura de Fazenda Botafogo. Os quatro teriam resistido à abordagem e ao menos um deles teria atirado contra a viatura policial. Os PMs revidaram, atingindo e matando dois deles.
De acordo com a Polícia Civil, os dois mortos foram identificados como Gleberson Nascimento Alves e Alan de Souza Pereira. Ambos não tinham antecedentes criminais, segundo a corporação. As armas dos PMs que efetuaram os disparos e a que foi encontrada no local do tiroreio foram encaminhadas para perícia.
Insegurança na Praça Seca
Desde o ano passado, os moradores da Praça Seca reclamam da crescente violência na região. As denúncias levaram a Polícia Militar a instalar, em 24 de janeiro, uma Companhia Destacada. Ao todo, 60 policiais passaram a atuar na unidade policial, que funciona em um imóvel na Praça Seca. A maior parte desse agentes tem experiência de atuação em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), comandados pelo capitão Marcio Moura Bernardo Gonçalves.
Quem mora por ali relata tiroteios constantes e conta que a situação se agravou após a inauguração da UPP do Lins de Vasconcelos, em outubro. Criminosos das comunidades ocupadas fugiram para os morros São José Operário, Chacrinha e Bateau Mouche.
Além disso, traficantes disputam com milicianos o controle dessas comunidades. Desde então, o Bope fez várias ações na área, para evitar invasões de facções rivais no local.
Reprodução Cidade News Itaú
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