O aposentado José Antônio, de 62 anos de idade, foi surpreendido quando foi sacar o salário e o extrato bancário informava um
desconto envolvendo um empréstimo consignado realizado na conta dele, sem a devida autorização. Com o ocorrido, o idoso entrou para as estatísticas da média de 850 registros de fraudes contabilizados pela Delegacia de Defraudações de Mossoró (DEFD) durante o ano de 2013.
O caso envolvendo o aposentado citado no início da matéria está muito longe de ser uma situação isolada. Só para se ter uma ideia da dimensão da recorrência de ocorrências similares, dados da DPC especializada em casos de fraudes dão conta de que só golpes envolvendo empréstimo consignado no ano passado resultaram em uma média de 100 registros de Boletins de Ocorrência.
E quando se fala em fraudes diversas, a amplitude do crime de falsificação e defraudação toma uma proporção ainda maior. Se em 2013, levantamento da DEFD contabiliza uma média de 850 casos, o ano anterior registrou um número maior de delitos desse tipo. Estatísticas da Delegacia de Defraudações contabilizam uma média de mais de dois mil BOs relacionados a golpes de caráter financeiro registrados na Especializada no decorrer de 2012.
Para o delegado José Vieira, titular da DEFD de Mossoró, a grande incidência de casos de fraudes se dá devido à grande facilidade de acesso aos dados pessoais da população aliada à uma falta de atenção das vítimas. “Hoje é muito fácil ter acesso aos dados pessoais praticamente de qualquer pessoa, principalmente com a internet, que potencializa essa acessibilidade”, destacou, lembrando que a palavra-chave para prevenir de ser alvo de golpistas é cautela.
“A orientação é não acreditar cegamente nas facilidades”, lembrou o delegado que está a dois anos à frente da Delegacia de Defraudações de Mossoró. “Quando a vantagem é muito grande, desconfie. É preciso sempre ter cuidado redobrado”, aconselhou Vieira. “E quando acontecer procure a polícia para registrar o caso para que as providências necessárias possam ser adotadas”, acrescentou ele, informando que nos primeiros 27 dias de 2014 a DEFD já tinha registrado cerca de 60 BOs; sendo a maioria envolvendo fraudes.
Golpes financeiros lideram registos de fraudes
“O golpista se utiliza de artimanhas para tirar vantagem financeira ou proveito econômico da vítima lhe causando um prejuízo.” É com essas palavras que o delegado José Vieira, titular da DEFD de Mossoró, explica como funciona a prática de fraudes que diariamente são registradas pela Especializada.
Segundo Vieira, os tipos mais comuns de golpes que chegam ao conhecimento da Defraudações local são casos envolvendo empréstimo consignado, clonagem de cartão e falsificação de escritura de terrenos. “Em 2013 registramos uma média de mais de 100 casos só de fraudes com empréstimo consignado”, lembrou o delegado, fazendo a ressalva de que, na época, muitas ocorrências ficaram sem registros por conta do período de greve da Polícia Civil potiguar.
Mas as fraudes não se resumem aos três tipos de golpes mais comuns alistados pelo titular da DEFD. Vieira lembra que ainda existem diversas modalidades de crimes de estelionato como os golpes do “Bilhete Premiado”, “Conto do Vigário”, e do falso sequestro. “O comum em todos eles é a criação de uma fantasia por parte do golpista”, explicou o delegado, chamando atenção para a esperteza de tais criminosos.
“Os golpistas são muito inteligentes e desaparecem com facilidade”, ressaltou Vieira, lembrando o caso do suposto empresário que ficou conhecido em Mossoró e Região como Felipe Calixto Fernandes, de 21 anos de idade, suspeito de aplicar vários golpes no ano passado. “Ele ainda está foragido com o mandado de prisão em aberto”, informou o delegado ao DE FATO na tarde dessa quinta-feira, 30 de janeiro. “O último paradeiro dele que soubemos foi que ele estava no Rio de Janeiro e depois não tivemos mais notícias”, acrescentou.
Ao falar sobre a facilidade de acesso aos dados pessoais para a prática de golpes, Vieira lembrou que em 2012 um professor foi preso em Mossoró pela prática de golpes na internet e que o suspeito foi detido com um caderno com mais de 25 mil e-mails cadastrados.
Estrutura
Para o delegado, a falta de pessoal na DEFD dificulta a investigação dos casos. Atualmente, a Especializada conta apenas com um delegado, um escrivão e dois agentes. “A estrutura está longe do ideal”, disse Vieira. A delegacia funciona precariamente em uma sala do prédio da 1ª Delegacia de Polícia, no bairro Alto de São Manoel. Para os policiais da DEFD, o ideal seria que a Especializada funcionasse no Centro da cidade que, segundo eles, é a região onde se registra o maior número de golpes, principalmente nas proximidades de bancos. O horário de funcionamento da DEFD é de segunda à sexta, das 08h às 12h e das 14h às 18h.
Reprodução Cidade News Itaú
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