O inquérito aberto pelo Ministério Público de São Paulo sobre o caso Héverton já tem uma constatação, de que pelo menos um crime a
Portuguesa cometeu. A descoberta, no entanto, não tem nada a ver com o Brasileirão 2013, tampouco com a escalação irregular do meia na última rodada do campeonato.
Segundo o promotor de Defesa do Consumidor, Roberto Senise Lisboa, a irregularidade cometida pela diretoria do time paulista tem ligação com um empréstimo bancário feito com o Banif há alguns anos.
"Eu ainda não vou dar muitos detalhes, mas o crime que eu já tenho certeza que alguém de dentro da Portuguesa cometeu não tem nada a ver com o caso do Campeonato Brasileiro. Tenho certeza que terá muito interesse da imprensa também, porque é um assunto bem sério, mas não está ligado com o caso do Héverton", afirmou Senise, para o ESPN.com.br.
"Não posso dizer quem cometeu ainda, mas há provas documentais e eu já estou com elas aqui. Prefiro guardar isso por enquanto, no momento certo vocês saberão do que se trata. Tem a ver com o Banif", completou.
Entre o fim de 2012 e o início de 2013, o banco português Banif, que era antigo parceiro do Canindé, moveu quatro ações contra o clube para cobrar uma dívida de R$ 43 milhões, referentes a empréstimos realizados em nome da Portuguesa.
Ao todo, foram quatro processos em quatro varas cíveis de São Paulo. Duas ações no valor de R$ 4,2 milhões e duas de R$ 17,1 milhões, todas elas contra o então presidente da agremiação, Manoel Da Lupa, sua esposa, Maria de Fátima Ferreira, e o vice-presidente Luiz Iaúca.
Da Lupa chegou a confirmar a dívida, mas contestou os valores. À época, o cartola também se defendeu sobra algumas acusações e afirmou que todos os empréstimos foram realizados para a administração do clube e não para benefícios próprios.
A promotoria do Consumidor está completamente voltada para a vida interna da Lusa, em todos os aspectos, para tentar desvendar o que exatamente aconteceu no último jogo da competição, quando o atleta suspenso fora colocado em campo, o que determinou o rebaixamento do time paulista.
Apesar de ter achado um crime que nada tem a ver com o caso especificamente, o MP-SP continua trabalhando com a tese de que alguém dentro da diretoria foi subornado para cometer a falha, o que ainda não há provas, mas sim indícios fortes de que aconteceu.
Além de ter colhido uma série de depoimentos, mais do que doze pessoas foram ouvidas, Roberto Senise ainda analisa as contas telefônicas de pessoas suspeitas para achar ligações que possam dar pistas de quem foi o corrompido e quem foi o corruptor. Nos últimos dias, o promotor também pediu a quebra de alguns sigilos de envolvidos.
Prazo para terminar as investigações, no entanto, ainda não há.
Reprodução Cidade News Itaú
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