Uma carta do superior da Ordem da Congregação dos Claretianos, Marco Loro, divulgada nesta quinta-feira (27), confirmou a transferência do padre Jocelir Leo Vizioli de Rio
Claro (SP) para Clevelândia (PR). O documento agradeceu o trabalho do religioso na cidade e informou que 'transferências ocorrem por necessidades da própria congregação'. Na segunda-feira (24), durante vigília na Igreja Nossa Senhora do Caravaggio, o padre chegou a anunciar que continuaria celebrando missas na cidade. Conhecido por fazer ‘curas’, o missionário chegava a reunir 9 mil pessoas em suas celebrações. A transferência gerou protestos e fiéis fizeram várias vigílias pedindo a manutenção do padre na cidade. Vizioli não foi encontrado pelo G1 para comentar a carta.
No documento divulgado por Loro, a transferência é oficializada e esclarece que "os membros da congregação devem estar à disposição da Missão da Congregação, seja local ou universal, e que o Governo Provincial deverá manter o saudável hábito das transferências dos missionários".
Ainda de acordo com a carta, a mudança do padre ocorreu por necessidades da congregação. "No sentido de manter vivas suas obras apostólicas, como, também, por pedidos da Igreja Local a quem somos chamados a servir e obedecer", explicou outro trecho.
O bispo ainda explicou que as obras sociais na igreja de Rio Claro continuarão sendo desenvolvidas por dois novos missionários, que não tiveram os nomes divulgados. Também confirmou que serão mantidas as atividades do projeto 'Terra Nova'.
O documento é finalizado com um pedido para que os fiéis 'continuem sendo bons devotos em suas comunidades locais'.
Protestos e 'pressão'
A última missa que Jocelir realizou foi no dia 13 de janeiro. Na despedida, disse que seria transferido para outra paróquia, mas não sabia o destino e nem o motivo, o que gerou vários protestos dos seguidores pelo retorno do religioso.
“Quando nós somos fiéis a Deus, Ele também tem seu tempo e a sua hora certa. Graças a Deus a coisa vai caminhando para que eu possa continuar aqui às segundas-feiras nas nossas celebrações das missas”, disse o padre.
No dia 7 de fevereiro, representantes da Associação Filhos de Nossa Senhora do Caravaggio (Afinsc) afirmaram que a decisão sobre a transferência do padre Jocelir Leo Viziol foi tomada por pressão do bispo Dom Fernando Mason, da Diocese de Piracicaba (SP). A Cúria Diocesana de Piracicaba informou que a transferência de Jocelir era de responsabilidade da Congregação Claretiana e não se pronunciou sobre o assunto e sobre a acusação de 'pressão do bispo'.
Proibição
A Congregação informou no dia (25) que a transferência dele já foi solicitada e que ele estaria desrespeitando a ordem passada. Caso ele continue em Rio Claro, será por opção própria e se isso ocorrer, será proibido de celebrar missas.
O anúncio do padre gerou comoção na igreja. Apesar de manifestar o seu desejo, o religioso não estipulou a data de quando voltará a atuar definitivamente. “Primeiro quero resolver todos os detalhes para não cair nas vezes dos mesmos erros. Esta semana temos uma reunião para colocar esses detalhes do que deve ser mudado para nós continuarmos o nosso trabalho aqui na comunidade”, declarou.
Histórico
Gaúcho, o padre Jocelir vive em Rio Claro há 13 anos e aos poucos atraiu uma multidão para suas missas. Durante seu último sermão, que está disponível no YouTube, relembrou que sua primeira missa atraiu 14 pessoas.
Há quatro anos precisou erguer um novo local para abrigar seus seguidores. A igreja Nossa Senhora do Caravaggio foi construída em oito meses, com ajuda dos fiéis. As missas aconteciam sempre às segundas-feiras, quando atraíam até nove mil pessoas, e às sextas, com um público de cinco mil fiéis.
Em 2003, foi investigado por ser suspeito de agredir uma mulher e uma adolescente. Segundo a Polícia Civil, um caso foi arquivado e o outro corre em segredo de Justiça.
Reprodução Cidade News Itaú
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