O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira (10), que ainda não sabe se será
candidato ao Senado pela sigla. Nos bastidores, o partido tem insistido para que ele dispute a vaga.
"Eu não sei se serei candidato ou não, e sendo candidato, se serei eleito ou não, mas o Senado é a casa da Federação, e a Federação está doente no Brasil, enfraquecida, está claudicante", afirmou o governador ao ser questionado sobre uma possível e esperada candidatura ao Senado.
Anastasia alegou que "a questão política é muito dinâmica", lembrou que não estava em seus planos ser candidato ao governo de Minas e que "circunstâncias levaram a isso".
Político, professor e advogado, Anastasia foi vice-governador de Aécio Neves (senador pelo PSDB mineiro) até março de 2010, quando Aécio deixou o cargo para concorrer ao Senado. Na sequência, assumiu o cargo executivo e, nas eleições do mesmo ano, reelegeu-se governador com mais de 6 milhões de votos.
Confirmado como um dos coordenadores de campanha de Aécio, pré-candidato à presidência pelo partido tucano, o governador mineiro acredita que o senador, "ainda pouco conhecido no Brasil, ao contrário da presidente [Dilma], que está permanentemente na televisão", irá ganhar força eleitoral quando tiver início a campanha na TV, que será "animada, de esperança, a la Juscelino Kubitschek", de acordo com o governador.
Embora não tenha ratificado que concorrerá ao Senado, Anastasia disse que daria conta de administrar uma possível 'dupla jornada' entre conselheiro de Aécio e, ao mesmo tempo, candidato a senador.
"Eu sou Antonio, mas não sou Santo Antônio, que tinha o dom da ubiquidade. É natural que eu não possa estar em dois lugares concomitantemente. As tarefas são feitas em etapas distintas, nós podemos colaborar com o plano de governo em um primeiro momento, ele deve estar pronto, no mais tardar, até o início de agosto (...), e depois participar, eventualmente, da campanha no Senado. Isso vai ser definido mais adiante", afirmou.
Mensalão mineiro
O governador Antonio Anastasia repetiu o que já havia dito Aécio Neves, presidente do PSDB, sobre a acusação que pesa no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o ex-governador e deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) no esquema conhecido como 'mensalão mineiro'. Azeredo é acusado de ter autorizado desvio de R$ 3,5 milhões do banco estatal Bemge e de duas empresas públicas para financiar sua campanha à reeleição em 1998.
"O ex-governador Eduardo Azeredo tem reputação de ser um homem de bem, ele fez a sua defesa, mostrou que são circunstâncias muito distintas, o nome [mensalão mineiro] é até totalmente equivocado, cabe ao Supremo fazer seu julgamento", defendeu Anastasia.
Quanto à solidariedade do PSDB ao deputado Azeredo, em comparação ao que se viu e se vê o PT fazer pelos acusados no processo do mensalão, o governador se volta para sua formação acadêmica, na área de direito.
"Pela minha formação de professor de direito, aprendi desde cedo que a coisa julgada faz do quadrado redondo. Então, a decisão judiciária, ela é definitiva, ela tem que ser respeitada e cumprida, e não desafiada", respondeu, reforçando que o partido concordará com o que decidir o STF.
Reprodução Cidade News Itaú
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