Mano é um técnico competente, apesar de não ter feito grandes trabalhos na seleção brasileira e Flamengo, os dois últimos times
que dirigiu.
Ele me passa a impressão de ser um profissional inconformado no bom sentido.
No mundo passional do futebol, muitas vezes os torcedores e até os jornalistas se esquecem de algo normal em qualquer mercado de trabalho.
As pessoas podem fazer hoje algo diferente do que realizaram ontem.
Elas, quando querem e têm capacidade, aprendem com erros e acertos, mudam algumas coisas e passam exercer melhor sua atividade profissional.
O processo inverso também acontece quando perdem a motivação.
Mano se enquadra no perfil dos que desejam crescer.
Há outro aspecto que o favorece:
O chato, fraco e modorrento paulistinha dará ao treinador tempo de organizar a equipe, testar propostas táticas e escalações, e entender, na prática, se necessita de reforços e as características deles.
Cansei de ver time mal armado e elogiado porque ganhava de ninguém e equipe posicionada de forma correta sendo aniquilada pela opinião pública quando era derrotada por agremiações com elencos superiores.
O que dá paz e tempo aos treinadores são as vitórias em campo.
O baixo nível do estadual facilita muito a missão de consegui-las.
O maior problema para Mano e a expectativa de boa parte da torcida.
A referência dela é o time campeão da Libertadores e do Mundo em 2012.
O próprio Tite teve que conviver ano passado com a sombra do sucesso da temporada retrasada.
Imagine, por exemplo, se o desempenho defensivo piorar com Mano Menezes:
O Corinthians, até na fraca campanha do Brasileirão, foi quem sofreu menos gols.
Para o torcedor da equipe aceitar a queda de rendimento do sistema defensivo será necessária enorme melhora na parte ofensiva, além, claro, de títulos e vitórias em clássicos.
Resumindo, hoje é impossível afirmar se Mano atenderá aos anseios da nação corintiana.
Chances há.
Vamos aguardar, como se diz no bom ‘titês’, o campo falar a verdade do futebol.
Reprodução Cidade News Itaú
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