A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta terça-feira (28) as críticas de que tenha feito uma parada desnecessária em Lisboa na volta
do Fórum Econômico Mundial em Davos, negando também ter ido a um restaurante caro usando recursos públicos.
"Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta", disse Dilma, em entrevista no hotel em que está ficando em Havana, onde participa da cúpula da Celac.
"É exigência para todos os ministros, e eu só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta", afirmou. Segundo ela, isso é "extremamente democrático e republicano."
"Não tem a menor condição de alguma vez eu usar cartão corporativo; no meu caso está previsto para mim cartão corporativo, mas eu não faço isso porque eu considero que é oportuno que eu dê exemplo, diferenciando o que é consumo privado do que é consumo público", explicou Dilma.
Segundo ela, houve até casos "chatos": na comemoração de seu aniversário em Moscou, algumas pessoas não esperavam ter que pagar a conta, disse a presidente.
Referindo-se à necessidade de se fazer uma escala em Lisboa a caminho de Havana, Dilma afirmou que o Aerolula não tem autonomia de voo.
"Houve críticas violentas ao Aerolula, ele não tem autonomia de voo, ao contrário de outros aviões do México, da Argentina, que muito mais autonomia", disse. Segundo ela, para ir de Zurique a Boston, ela precisa fazer uma escala, e para voltar, duas escalas. "Se estava estudando se pararíamos em Boston, Pensilvânia ou Washington, mas aí poderia haver problemas por causa da nevasca, então a aeronáutica decidiu por Lisboa", justificou.
Indagada se estaria chateada e se as notícias atingem sua imagem de austeridade, Dilma afirmou: "Eu não olho o que tem por trás, meu couro ficou duro, eu suporto."
A presidente também disse que "não sabe fazer conta" quem afirmou que ela passou o fim de semana em Lisboa. "Cheguei às 17h30 e fui embora às 9h".
ESCALA
Dilma fez uma escala em Portugal quando viajava da Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a Cuba. Em Lisboa, a presidente jantou no restaurante Eleven, um dos três únicos da cidade a ter uma estrela no guia Michelin, e ficou hospedada no Ritz Four Seasons, um dos mais luxuosos da capital.
A presidente não tinha compromissos oficiais no país.
A oposição ingressou com representação contra Dilma na Comissão de Ética Pública da Presidência para analisar se ela infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB e possível candidato tucano à Presidência da República, disse que a parada em Lisboa foi feita "de forma dissimulada".
Reprodução Cidade News Itaú
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