O ano e o técnico mudaram, mas o setor que aflige o Corinthians continua o mesmo. O time alvinegro, que apresentou Mano
Menezes na última segunda-feira, segue tendo o ataque como principal foco de problemas. Logo no primeiro dia de trabalho em 2014, o novo treinador da equipe paulista precisou conviver com ausência de Emerson Sheik e questionamentos sobre Alexandre Pato.
Sheik foi o único desfalque do Corinthians na segunda-feira. O elenco fez testes físicos, e o camisa 11 foi liberado, segundo a diretoria, por causa da morte de um parente – ele teria ligado no domingo à noite para avisar.
"Vamos esperar o Emerson. Ele não conseguiu se apresentar, mas entrou em contato e solicitou uma dispensa. Nós concedemos porque entendemos que o motivo era justo. Não se pode colocar em um mesmo pacote motivos diferentes e situações diferentes", explicou Mano Menezes.
A ausência do atacante, porém, serviu para o treinador dar um contundente recado sobre comportamento para os atletas: "A questão disciplinar é inegociável. Valores são assim. Todos que trabalharem conosco nesta temporada vão entender isso. Não estou falando especificamente sobre ele ou sobre outro, mas isso é a base de tudo. Está inserido entre os mandamentos principais das vitórias. Tenho certeza absoluta de que todos entenderão porque todos já conquistaram coisas dessa maneira".
Em 2013, Emerson atrasou-se em dois treinos no primeiro semestre. Ele também alegou problemas pessoais na época, mas acabou multado pela diretoria do Corinthians.
Na semana que precedeu a eliminação do Corinthians na Copa do Brasil, Emerson protagonizou outro episódio polêmico. O jogador pediu liberação para tratar de problemas pessoais no Rio de Janeiro e se juntou à delegação em Itu na sexta-feira. A diretoria disse que havia autorizado o jogador a fazer isso, mas o então técnico Tite tratou o assunto abertamente como atraso em entrevista coletiva.
Emerson ainda foi expulso no jogo que culminou com a eliminação do Corinthians na Copa do Brasil. O vermelho recebido contra o Grêmio foi o segundo do camisa 11 na competição – ele já havia sido excluído do duelo com o Luverdense.
A "questão Emerson", porém, não foi o único motivo para o ataque do Corinthians ter sido colocado na berlinda no início da temporada 2014. No início de sua nova incursão no clube, Mano Menezes também precisou responder sobre Alexandre Pato.
Principal contratação do Corinthians para a temporada 2013, Pato não deslanchou no clube. O camisa 7 não conseguiu sequer se consolidar como titular e ainda perdeu o pênalti que eliminou a equipe alvinegra da Copa do Brasil.
"A questão do Alexandre Pato está na normalidade do futebol. Às vezes as coisas precisam de um tempo, e penso que a primeira passagem foi extremamente rica em detalhes para que a segunda etapa dele no clube produza resultados cada vez maiores", disse Mano Menezes.
"É desnecessário falar sobre o Pato, e eu nem gosto muito de falar dessas questões individuais. Ele é um grande jogador, tem capacidade técnica indiscutível, como outros do grupo também", completou o novo treinador alvinegro.
Em 2013, sobretudo no segundo semestre, o ataque foi o setor que mais criou problemas para o Corinthians de Tite. O time comandado por ele terminou o Campeonato Brasileiro com a defesa menos vazada (22 gols sofridos), mas marcou apenas 27 vezes no certame nacional, desempenho que superou apenas o do lanterna Náutico.
"Eu não vejo futebol separado entre ataque, meio-campo e outros setores. Não é assim hoje. Certamente, os números excepcionais do sistema defensivo do Corinthians incluem uma participação muito grande de meias e atacantes. Se eu falar de setores, amanhã vocês vão dizer que setores não servem e que não fazem parte dos planos. Eu não vou criar isso para os jogadores porque não é inteligente para mim", encerrou Mano.
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