Com o início da campanha salarial do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta (Sinai), o Rio Grande do Norte
poderá enfrentar uma nova onda de greves, caso as reivindicações das categorias não sejam plenamente atendidas pelo Governo do Estado.
A partir do dia 3 de fevereiro, o Sinai dará início a uma série de assembleias com as 16 categorias que compõem o Sindicato. O primeiro encontro será promovido com servidores do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn).
"A governadora Rosalba Ciarlini está em débito com os servidores. Há pendências na implantação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) das nossas categorias, uma vez que apenas a Junta Comercial do Rio Grande do Norte (Jucern) teve seu plano reajustado em 100%. Vamos nos reunir, definir a pauta de reivindicações e, posteriormente, apresentar ao governo. Não quero ser pessimista, mas é difícil dialogar com esse governo", afirma o coordenador regional do Sinai-RN, Hermes de Oliveira.
Representando aproximadamente nove mil servidores, o Sinai-RN engloba órgãos como a Fundação José Augusto (FJA), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema); Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac); Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do RN (Ipern), entre outros.
"Servidores da Fundac e do Ipern não têm seus salários atualizados desde 2009, o índice de defasagem é o maior entre todas as categorias. Na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o sentimento de deflagração de greve é claro. Há uma revolta generalizada, pois o serviço público em nosso Estado está sucateado", frisa Hermes de Oliveira.
O coordenador regional revela que a intenção do Sindicato é unificar a campanha salarial do Sinai com a de outras categorias, como a Polícia Civil e servidores da área da saúde. "Precisamos estar unidos, estabelecer uma conjuntura que nos fortaleça", diz, acrescentando que a pauta de reivindicações do Sinai será apresentada, possivelmente, no mês de março.
Servidores da Educação se reúnem e devem paralisar atividades hoje
A rede estadual de ensino, cujas aulas serão iniciadas nesta terça-feira, 28, também deve enfrentar um processo de paralisação. Isso porque o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN) realiza hoje, a partir das 8h30, em Natal, assembleia que tem como pauta principal o indicativo de greve.
Entre as principais reivindicações dos servidores, está a implantação do PCCS, redimensionamento do porte das escolas e gratificação dos diretores, complementação na base salarial dos funcionários da educação e convocação dos concursados. "Do acordo firmado em juízo no ano passado, o governo não cumpriu quase nada. Certamente, a greve será deflagrada", pontua o coordenador regional do Sinte-RN, Rômulo Arnauld.
Após a definição ou não do movimento paredista, em Natal, a coordenação regional realizará nova assembleia em Mossoró, na próxima quinta-feira, 30, às 8h30, na sede do Sindicato, para ratificar o que for decidido na capital. "Devemos acompanhar a decisão, que muito possivelmente será pela greve, a não ser que haja alguma movimentação que mude os rumos da decisão", constata Rômulo Arnauld.
Secretário da Administração diz que não há motivos para greves no RN
Em conversa com a equipe do jornal O Mossoroense, o titular da Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos (Searh), Álber Nóbrega, afirmou que não há, hoje, motivos que levem os servidores do Rio Grande do Norte a decretarem greve.
"Nenhuma greve hoje tem motivo para acontecer. No caso dos servidores da educação, as progressões estão sendo pagas, atualizamos inclusive pagamentos atrasados desde governos anteriores", justifica.
Sobre a campanha salarial do Sinai-RN e a implantação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários das categorias, o secretário destaca que estudos estão sendo feitos para que os benefícios sejam colocados em dia.
Histórico:
Em maio de 2011, uma série de greves simultâneas de funcionários públicos atingiu o RN. Na época, 14 categorias chegaram a paralisar suas atividades, entre servidores da Secretaria de Estado da Tributação, Detran, professores, policiais etc.
Reprodução Cidade News Itaú
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