terça-feira, janeiro 21, 2014

Fifa dá ultimato e ameaça tirar Curitiba da Copa se obras não avançarem

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu um ultimato aos responsáveis pela organização da Copa do Mundo em Curitiba nesta
terça-feira, 21. Se as obras na Arena da Baixada não avançarem até 18 de fevereiro, quando uma nova visita da Fifa ao estádio está marcada, a cidade pode ser excluída do Mundial. Estão previstos quatro jogos da Copa no município. 

"O que dizer? A questão é delicada. Sejamos francos e diretos. Como devem saber, a situação atual do estádio não é do nosso agrado. Não apenas está muito atrasado, mas foge a qualquer bom cronograma de entrega para a Fifa", afirmou Valcke, em coletiva de imprensa no início desta terça-feira.

"Não podemos organizar jogos sem estádio. É uma situação de emergência. Não queremos o estádio pronto em 18 de fevereiro, mas queremos ver progresso", disse o secretário-geral. Ao longo da entrevista, porém, o dirigente recuou no tom das críticas e afirmou que tem confiança de que a arena ficará pronta a tempo. Segundo o Atlético Paranaense, cerca de 90% das obras foram concluídas, o que faz do estádio o mais atrasado da Copa. 

"Muitas pessoas esperam vir para cá, a campeã mundial Espanha vem para cá. Então a nossa expectativa é de que as conversas que tivemos com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Curitiba gerem resultados para que a cidade não fique fora da Copa", disse Valcke.

Um projeto para aumentar o ritmo das obras foi apresentado a Valcke pelos governos federal, do estado e do município, além da CAP/SA, empresa criada pelo Atlético Paranaense para tocar a reforma do estádio. O plano foi dividido em três medidas principais.

A obra deixará de ser gerenciada apenas pela CAP/SA. Um comitê gestor, que terá, também, integrantes dos governos do Estado e do município, será o responsável por acompanhar os trabalhos na Arena da Baixada e a execução financeira do projeto. A falta de acesso a informações sobre o custo do estádio e os motivos dos atrasos é uma das críticas ao projeto curitibano.

O segundo ponto é o aumento no número de trabalhadores. A Fifa já havia recomendado que a empreiteira aumentasse em 30% a quantidade de operários este ano, o que ainda não havia sido feito. Consultor de arenas da Fifa, Charles Botta, havia pedido, semana passada, que o número de trabalhadores subisse de 1.000 para 1.500. Um terceiro turno de trabalho no canteiro de obras está sendo estudado.

A avaliação de técnicos que acompanham a reforma do estádio é que não será possível inaugurar a arena em 26 de março, como era previsto pelo Atlético. Ainda não foi divulgada nova data para a abertura do estádio. 

Custo será auditado
A terceira medida anunciada nesta terça-feira foi a liberação de mais R$ 39 milhões por meio de um financiamento da Fomento Paraná, empresa do governo do Estado criada para financiar projetos no estado.

O preço do estádio é outra preocupação para quem acompanha a obra. Quando foi anunciado, em 2010, o projeto custaria R$ 135 milhões. Após sucessivas revisões, a reforma atingiu o custo de R$ 264,5 milhões. Uma auditoria independente deve ser contratada para acompanhar os custos. 

"Mantido o ritmo das obras, [a arena] não ficará pronta com a qualidade e os requisitos necessários para a Copa de 2014. É uma constatação de todos os envolvidos", disse o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, ao anunciar as medidas de emergência para terminar a reforma da Arena da Baixada. 

Reprodução Cidade News Itaú

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