O melão de Mossoró pede ter um selo que atesta sua qualidade internacional e ter conquistado título de pólo da produção nacional da fruta, mas isso não elimina a
concorrência que a região do Oeste potiguar sofre de cidades do Ceará.
A fruta produzida em território potiguar rendeu 58,2 milhões de dólares com o comércio exterior, enquanto, no Estado vizinho, superou os 78,5 milhões de dólares. Os dados são, respectivamente, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (SEDEC) e da Secretaria do Comércio Exterior (SEDEX).
O crescimento dos produtores potiguares frente os cearenses também foi menor entre 2012 e 2013: 7,7% frente a 12,9%. Mesmo no porto de Natal, a presença dos cearenses é maior. Da capital potiguar, saíram 60 milhões de dólares da produção nacional, dos quais mais da metade – 34 milhões – vêm do CE.
Para Otomar Lopes, responsável pela coordenadoria de Desenvolvimento Comercial da Sedec, isso ocorre porque o porto de Natal, por ser menor, “atende rápido aos fornecedores”.
“A grande atratividade do melão do Ceará deve-se, provavelmente, a embarques planejados por Natal para toda a safra. Natal, apesar da ausência de grande espaço para ampliação de sua área, consegue ser competitivo para a exportação de frutas justamente por ser um porto pequeno que atende rápido aos fornecedores, sobretudo aos europeus. Essa possibilidade de agilidade, no caso das frutas frescas, faz essa diferença, traz essa vantagem”, explica.
FRUTICULTURA
Apesar dessa diferença desfavorável, o melão, pelo menos, tem produção crescente. O mesmo não pode ser dito da fruticultura de modo geral. Os produtores potiguares de frutas fecharam 2013 com queda de 10,1% de desempenho e os cearenses cresceram 8,1%.
Os dados enviados pela Sedec ao JORNAL DE FATO apontam que a fruticultura do RN vendeu 117 milhões de dólares ao exterior. O número é maior que o divulgado pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE). O órgão, que publicou uma compilação com os cinco maiores produtores do setor no País, aponta 91,3 milhões de dólares nas exportações do RN.
A discrepância, contudo, não muda o fato de que a fruticultura potiguar tem exportado cada vez menos desde 2011 – em dois anos, a queda foi de 14%.
No Brasil, exportações de melão recuperam fôlego
O melão é o principal item na pauta de exportações da fruticultura, e, em 2013, não foi diferente. Ao todo, as vendas da fruta para o exterior somaram 191,4 mil toneladas, crescimento de 5,31% na comparação com as 181,7 mil toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior. Já a receita com as exportações da fruta cresceram 10 por cento, para 147,5 milhões de dólares.
No ano passado, a fruta foi responsável por 26,8% do volume de frutas exportadas pelo Brasil e por cerca de 22,4% da receita obtida.
Os dados também foram positivos para a fruticultura de modo geral, que vinha em crise desde 2008, quando seu principal consumidor, a Europa, entrou em crise.
Em 2013, os embarques de frutas frescas totalizaram 711,8 mil toneladas, crescimento de 2,7% na comparação com as 696 mil toneladas embarcadas em igual intervalo de 2012, conforme dados Secex compilados pelo Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF). Em receita, as exportações de frutas atingiram US$ 657,5 milhões em 2013, incremento de 6,2%.
O dólar mais valorizado visto em 2013 foi, aliás, o principal estímulo para o avanço das exportações, uma vez que a demanda ainda não mostra expressivos sinais de recuperação, conforme a Ibraf.
Reprodução Cidade News Itaú
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