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quinta-feira, janeiro 16, 2014

Copa do Mundo altera 42% dos voos na malha aérea brasileira

A malha aérea especial da Copa do Mundo, que será implantada no Brasil do dia 6 de junho ao dia 20 de julho terá 1.973 novos voos - entre
reforços nas rotas mais movimentadas e em rotas que não existem regularmente -- até agora. Novas alterações serão feitas a partir de sexta-feira (17). Ao todo, 80 mil voos foram incluídos ou modificados na malha ou modificados durante o período. O número representa 42% de todos os voos para o período em questão. A partir desta sexta-feira as empresas aéreas devem começar a vender as novas opções aprovadas.

O lançamento da malha aérea especial da Copa foi feito na tarde desta quinta-feira (16) pelo diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, e outros diretores da agência. Representantes das companhias aéreas não participaram do anúncio à imprensa. De acordo com Guaranys, para aprovar os voos solicitados foi analisado se há capacidade nos aeroportos solicitados -- comprimento suficiente de pista, pátio para aeronaves e capacidade de terminal de passageiros, que influenciam na quantidade de voos que um aeroporto pode receber ou emitir -- e das empresas de prestar o serviço a contento e a capacidade de controle do tráfego aéreo.

Segundo a Anac, serão controlados 25 aeroportos na malha aérea da Copa -- nas 12 cidades-sede do Mundial e outros 13 aeroportos até 200 quilômetros de distância das sedes. "Os novos voos foram concedidos de acordo com a capacidade dos aeroportos", afirmou Guaranys. "Ainda há espaço para novos ajustes e novos voos. Este acréscimo não representa sobrecarga do sistema". A maioria dos novos voos são das quatro grandes companhias aéreas que operam voos domésticos no Brasil  -- Tam, Gol, Azul e Avianca -- mas também inclui novos voos do exterior para o Brasil feitos por empresas estrangeiras.

As rotas que mais receberam lugares em voos na malha aérea especial da Copa foram do Galeão (no Rio de Janeiro) para Ezeiza, (em Buenos Aires, na Argentina), com 262 novos voos e 59 mil novos lugares, de Brasília para Guarulhos (na Grande SP), com 288 novas opções de horários e 45 mil lugares a mais, de Fortaleza para Guarulhos, com 205 novas opções de voos e 35 mil novos lugares, do aeroporto Santos Dumont (no Rio de Janeiro) para o aeroporto de Viracopos (em Campinas, a 95 quilômetros da capital), com 284 novos voos e 33 mil novos lugares, e por fim do Galeão para o aeroporto Aeroparque (também em Buenos Aires), na Argentina, com 242 novos voos e 30 mil novas poltronas neles.

"Este tipo de procedimento, de criar-se uma malha aérea especial em um grande evento, é absolutamente normal na realização de grandes eventos mundo afora", afirmou Guaranys. "O planejamento é feito com muito cuidado e não haverá um 'apagão aéreo' durante a Copa. Concedemos os novos voos com base em uma análise conservadora de capacidade, tanto das empresas quanto dos aeroportos, para justamente haver uma margem de manobra em alguma eventualidade".

Para a Anac, é natural que o aeroporto internacional de Guarulhos receba uma grande demanda de novos voos. "É o maior aeroporto do país e funciona como ponto de distribuição para outros destinos, é um 'hub'. É em Guarulhos que chega a maioria dos voos do exterior e de onde se tem mais ligações para destinos dentro do Brasil", diz Guaranys.

'Não haverá transtorno'

De acordo com o diretor-presidente na Anac, a mudança temporária de 42% da malha aérea brasileira no período da Copa não irá causar transtornos para quem precisar viajar de avião na época e não estiver envolvido com o mundial de futebol da Fifa. "As empresas aéreas reservaram voos para suprir a demanda normal em suas principais linhas. O que acontece é uma otimização dos voos, aviões e aeroportos", diz o executivo. "Por exemplo, julho um mês de férias, que muda a característica das viagens. Outro exemplo é que em horário de jogo do Brasil, provavelmente pouca gente vai pegar um avião, então dá para manejar voos desses para outros horários, e por aí vai", garante Guaranys.

Segundo a agência reguladora, até o final de dezembro apenas 4% das passagens aéreas para o perídodo da Copa de 2014 haviam sido vendidas.

Coordenação e reforço

A Anac informou também que nem todos os aeroportos farão parte da malha aérea especial da Copa até o final do evento. Os aeroportos que servem as cidades-sede de Cuiabá, Curitiba, Manaus, e Natal ficam dentro do esquema especial do dia 6 de junho ao dia 3 de julho. Os aeroportos de Fortaleza, Proto Alegre, Recife e Salvador, do dia 6 de junho ao dia 11 de julho. Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo ficam dentro da malha especial da Copa até o dia 20 de julho.

Os aeroportos de Guarulhos e Viracopos receberam um reforço de 20 mil lugares a mais em voos que chegam ou partem deles nos os dias 11, 12 e 13 de junho -- a abertura da Copa é no dia 12, com o jogo entre Brasil e Croácia no Itaquerão, na zona leste de SP. O jogo entre Brasil e Camarões, no dia 23 de junho em Brasília, também recebeu um reforço de 15 mil novos lugares em aviões que chegam ou partem da capital federal nos dias 22, 23 e 24 de junho. A final da Copa, no Rio de Janeiro no dia 13 de junho, terá um reforço de 25 mil lugares nos aviões que chegam e saem da capital carioca nos dias 12, 13 e 14 de julho.

Indefinição nos preços
O UOL Esporte revelou que companhias aéreas e o governo federal iriam criar uma malha aérea especial para a Copa em outubro do ano passado. Segundo a Anac, até o dia 20 de dezembro as aéreas haviam solicitado a criação de 1.523 voos que não existem na malha área especial para o mundial de futebol.

Em comunicado divulgado na terça-feira (14), a TAM afirma que solicitou ao governo a aprovação para criar 1.050 voos durante a Copa do Mundo -- 850 domésticos e 200 internacionais. A empresa afirma que irá contratar de forma temporária mil pessoas e investirá R$ 50 milhões nesta operação.

Também na terça-feira, a Avianca anunciou que solicitou 430 voos extras à Anac -- principalmente reforçando a ligação entre Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo --, e que o limite de preço de suas passagens de fevereiro até o final da competição futebolística é de R$ 999.

Na semana passada, a Azul já havia anunciado que colocaria o mesmo limite, de R$ 999, para o preço das passagens da empresa durante junho e julho. Em comunicado enviado à reportagem, a empresa afirma que solicitou 600 voos extras ao governo nas 12 cidades-sede, incluindo a primeira a fase de grupos e a fase eliminatória do Mundial. Na primeira fase, a Azul pediu 310 voos extras para Rio de Janeiro, Campinas, São Paulo (Congonhas), Guarulhos, Brasília, Goiânia, Confins, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Manaus, Cuiabá, Curitiba e Natal.

Na quarta-feira (15), a Gol anunciou que seu pedido para a Copa feito à agência reguladora foi de 953 voos extras. Juntas, TAM, Avianca e Azul fizeram mais de 2,5 mil pedidos de voos extras para o mundial. Tanto a Gol como a Tam, as duas principais do mercado aéreo brasileiro, já sinalizaram que não haverá limite de preço em suas passagens, a exemplo do que fizeram Avianca e Azul.

Cuiabá lidera oferta de novos lugares

Levantamento preliminar feito pela Anac mostra que a cidade-sede que recebe o mundial de futebol da Fifa que mais deve ter aumento na oferta de lugares em vôos em seu aeroporto durante a competição é Cuiabá, com 48% mais poltronas que o normal em voos para a capital do Mato Grosso. A Tam, por exemplo, pretende aumentar de cinco para até 11 voos diários sua oferta para Cuiabá, de diversos destinos.

As cinco rotas que mais receberam pedidos de criação de voos por parte das companhias aéreas segundo a Anac foram de Brasília para Guarulhos, do Rio de Janeiro para Buenos Aires, do Rio de Janeiro para Campinas, de Fortaleza para Guarulhos e de Salvador para Guarulhos. A partir de quinta-feira, as empresas aéreas podem solicitar à Anac a criação de voos fretados específicos para a época da Copa.

Reprodução Cidade News Itaú

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